RIO e BRASÍLIA — Em meio às incertezas sobre a candidatura de Rodrigo Pacheco (PSD-MG) ao Palácio do Planalto e de acenos do presidente do PSD, Gilberto Kassab, ao projeto de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), lideranças da legenda em ao menos nove estados têm se aproximado de palanques com o petista . Depois de insistir na ideia de nome próprio na disputa nacional — e, consequentemente, na formação de estruturas estaduais que pudessem dar sustentação à empreitada —, Kassab tem promovido uma reorientação de rota na estratégia . Ontem, dois dias após ter se reunido com Lula, o chefe do PSD disse que não seria “impossível” apoiá-lo já no primeiro turno.
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A ideia inicial de Kassab era ter candidatos fortes em estados populosos para sustentar o nome de Pacheco à Presidência e contribuir para a eleição de uma bancada expressiva no Congresso. Além da candidatura de Pacheco não ter decolado, o “plano A” do dirigente também sofreu reveses nas articulações regionais idealizadas . O ex-governador Geraldo Alckmin, cortejado pelo PSD, afastou-se do pleito em São Paulo e prefere ser vice na chapa de Lula. Na Bahia, onde Kassab tentou emplacar Otto Alencar como candidato ao governo, o próprio senador frisou que disputará a reeleição e apoiará a chapa do PT no estado. No Rio e em Minas, o PSD ainda pode ter candidaturas próprias, mas em arranjos que tendem a abrir palanques para Lula e Ciro Gomes (PDT).
— Se Minas vier junto (com Lula), a maior parte dos grandes colégios eleitorais estará nessa direção. Colegas de estados como Amazonas e Mato Grosso também tendem a uma unidade com Lula já no primeiro turno — resume Alencar.
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Entenda, em reportagem exclusiva para assinantes, como estão as movimentações do PSD nos estados e por que há essa mudança de rota na estratégia de Kassab .
(Colaborou Ivan Martínez-Vargas)