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Por Jornal Nacional


Ômicron afeta vacinados de forma diferente e torna casos menos graves

Ômicron afeta vacinados de forma diferente e torna casos menos graves

No Brasil, o perfil dos pacientes internados por Covid em hospitais é o maior exemplo da importância de completar o esquema vacinal contra o vírus.

A ômicron é conhecida por ser uma variante de alto contágio do coronavírus, mas ela age de maneira bem diferente em quem se vacinou e em quem não tomou a vacina. É o que mostra, por exemplo, uma lista de pacientes de um hospital em Florianópolis.

De 10 pacientes internados na UTI, oito não tomaram vacina. Os outros dois estão com esquema vacinal incompleto, têm comorbidades. Mas, segundo um médico, esses dois pacientes estão se recuperando bem.

O professor de infectologia da Faculdade de Medicina da USP, Esper Kallás, explica por que o comportamento da ômicron entre vacinados e não vacinados é bem diferente.

“A ômicron consegue driblar a defesa inicial porque o vírus tem muitas mutações. Naqueles não vacinados causa doença grave que parece as variantes anteriores. Mas em quem está vacinado há proteção contra a doença grave”, afirma.

Ele diz que, entre os não vacinados, o vírus entra no organismo e pode causar infecção no sistema respiratório e inflamação grave nos pulmões. Entre os vacinados, o vírus entra no organismo, se multiplica na via respiratória superior, mas, em geral, sem inflamar os pulmões, protegidos pela vacina.

“A vacina cumpre seu papel porque ela tenta simular o que seria uma infecção pelo vírus. Então as proteínas que estão codificadas na vacina entram em contato com as células de defesa do organismo que leva alguns dias, poucas semanas, para conseguir produzir a sua camada protetora”, acrescenta.

O Hospital Emílio Ribas é um dos principais centros médicos de referência da cidade de São Paulo. Lá, oito em cada dez pacientes internados na UTI não são vacinados ou estão com o esquema vacinal incompleto.

O infectologista Jamal Suleiman destaca que o vírus sempre ataca as pessoas mais vulneráveis. Ou seja, crianças ainda não imunizadas e adultos que não tomaram a vacina.

“Na semana passada, por exemplo, chegou uma senhora com múltiplas comorbidades. Veja, ela já teria a oportunidade de ter recebido as três doses de vacina, e nos primeiros 10 minutos nós tivemos que intubar. A família toda tinha sido imunizada. Ela optou por não receber vacina”, conta.

Suleiman reforça ainda a importância das vacinas, que já nos ajudaram a vencer várias doenças, e agora é a arma mais eficaz contra a Covid.

“Se foi rápido, se foi lento o desenvolvimento da vacina pouco importa. O que importa é que você tem o produto. E agora mais do que nunca está provado em todos os lugares do mundo que é capaz de mudar essa história porque diminui a mortalidade. Então tomemos a vacina. Se são quatro doses, cinco doses, seis doses, pouco importa. Porque essa logística não diz respeito especificamente ao indivíduo, ao sujeito que vai receber a vacina. Diz respeito à estrutura de saúde que temos que criar para proteger as pessoas”, diz.

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