O dólar comercial encerrou a sessão de hoje em queda de 0,49%, sendo negociado a R$ 5,0537 no mercado à vista, depois de um dia marcado por volatilidade nas negociações.
Após passar a maior parte do pregão em alta, a moeda inverteu o sinal e passou a cair, acompanhando a melhora dos ativos globais. Analistas citaram a alta das commmodities como motivo da valorização do real hoje, mas pontuaram que o cenário continua incerto diante da guerra na Ucrânia.
Enquanto isso, no final do dia, o dólar subia 0,57% contra a lira turca e 0,38% diante do peso mexicano. Já contra o rand sul-africano, a moeda recuava 0,44%, e caía 8,10% em relação ao rublo russo.
No noticiário do conflito na Ucrânia, o destaque do dia foi o anúncio do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que oficializou a proibição de importação de petróleo e de gás natural da Rússia, em mais um esforço para pressionar Vladimir Putin a desistir do conflito.
O anúncio acaba gerando uma “preocupação em relação ao abastecimento e o mercado incorpora uma preocupação adicional sobre as projeções futuras de inflação”, disse Cristiane Quartaroli, economista do Banco Ourinvest.
Já a Rússia ameaçou suspender o fornecimento de gás natural para a Europa por meio do gasoduto Nord Stream 1, numa medida em resposta às sanções econômicas impostas ao país devido à invasão da Ucrânia. Diante disso, a União Europeia apresentou um plano para cortar as importações de gás da Rússia em dois terços ainda neste ano.
Para lidar com a escalada do preço do petróleo, que passou mais um dia sendo negociado acima dos US$ 120, integrantes do governo federal passaram a considerar a possibilidade de uma suspensão temporária dos reajustes dos combustíveis durante o conflito na Ucrânia.
Nesta tarde, o governo avançou na busca de uma solução em reunião na Casa Civil. A proposta mais concreta continua sendo a adoção de uma política de subsídios temporária, de curto prazo, para barrar a alta dos preços na bomba. O Valor apurou, com fontes do governo a par das discussões, que a decisão final ainda não foi tomada, e haverá novas reuniões sobre o tema. Segundo as fontes, o o modelo mais viável, debatido na reunião desta tarde, é uma política de subsídios, prevista para durar de três a seis meses, coincidindo com o possível prolongamento do conflito armado no Leste Europeu.
Durante a manhã, “a decisão da intervenção piorou o humor por aqui, limitando os movimentos no câmbio”, disse Antonio Machado, gestor da Reag Investimentos. Entretanto, Machado comentou que o mercado vive um cabo de guerra: de um lado, o impacto positivo da alta das commodities no fluxo e, do outro lado, a aversão a risco e a discussão sobre a política de combustíveis.
— Foto: Daniel Acker/Bloomberg