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Por Valdo Cruz

Comentarista de política e economia da GloboNews. Cobre os bastidores das duas áreas há 30 anos


O presidente Jair Bolsonaro, durante ato político em Brasília na última semana — Foto: REUTERS/Adriano Machado

O presidente Jair Bolsonaro foi aconselhado por interlocutores a cancelar a ida à Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) no próximo dia 11.

Está previsto para o dia 11 um evento da entidade com candidatos à Presidência da República. No evento, eles serão convidados a assinar o manifesto da entidade em defesa da democracia.

Segundo interlocutores, a reunião na Fiesp pode se transformar em um "constrangimento" para o presidente, já que ele tem criticado as cartas em defesa da democracia. Além disso, há um receio de que Bolsonaro seja alvo de protestos em São Paulo no dia 11.

Nesta terça-feira (2), Bolsonaro voltou criticar os manifestos em defesa da democracia. Questionado se assinaria a carta elaborada pela Fiesp, o presidente não confirmou e criticou a iniciativa: "Essa carta é política, não preciso dizer se sou democrático ou não."

Bolsonaro havia confirmado presença e solicitado que a data fosse antecipada para 11 de agosto, no mesmo dia em que a Faculdade de Direito da USP e a Fiesp programaram a divulgação oficial dos manifestos. Agora, uma ala do governo está aconselhando que ele cancele a ida ao evento da Fiesp, que já ouviu três candidatos à Presidência.

Já estiveram na entidade e assinaram o documento da entidade os candidatos Felipe D´Ávila (Novo), Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB). A presença de Lula (PT) está agendada para o dia 9. O evento é intitulado "Diretrizes Prioritárias – Governo Federal 2023-2026".

Josué Gomes da Silva, atual presidente da Fiesp — Foto: Geraldo Magela/ Agência Senado

A atuação de Josué Gomes

O presidente da Fiesp, Josué Gomes da Silva, filho do ex-vice-presidente José Alencar, decidiu lançar o documento e submeteu a ideia à diretoria da entidade, obtendo o apoio dos colegas, sem que ninguém se colocasse contra, apesar de na federação haver empresários que apoiam o presidente.

A interlocutores, Josué Gomes tem insistido que o documento da entidade não é um ato político contra o presidente da República, mas, sim, uma defesa da democracia e do fortalecimento das instituições democráticas brasileiras.

Em entrevistas, Bolsonaro classificou os manifestos de "cartinha" e chegou a citar o nome do presidente da Fiesp. "Eu não entendi essa nota, que foi patrocinada pelo querido filho do vice do ex-presidente Lula, seu Josué Gomes da Silva. É uma nota política em ano eleitoral", afirmou.

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