Por G1 RS


Médico com ampola da Covaxin em aplicação experimental na Índia, em foto de 26 de novembro de 2020 — Foto: Amit Dave/Reuters/Arquivo

A Associação de Juízes Federais do Rio Grande do Sul (Ajufergs) ofereceu aos associados a aplicação de vacinas contra a Covid-19 produzidas na Índia. Em comunicado enviado aos juízes federais, a entidade questiona o interesse sobre receber o imunizante, que está sendo negociado e ainda não tem aprovação no Brasil pelo governo federal.

Para o negócio ser concluído, a vacina precisa ter o uso aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e também pelo governo federal, uma vez que, até o momento, só está prevista a vacinação pelo sistema público de saúde, de acordo com o Plano Nacional de Imunização.

Segundo o presidente da Ajufergs, Rafael Martins Costa Moreira, a associação recebeu uma oferta da empresa Multiclínicas, em que teria acesso a uma parte das vacinas negociadas pela Associação Brasileira das Clínicas de Vacinas (ABCVAC) com a fabricante Bharat Biontech, laboratório indiano que produz a Covaxin.

A associação prevê comprar 5 milhões de doses da vacina. "Como representante do setor, a ABCVAC buscou fornecedores que pudessem atender ao mercado privado e estabeleceu a ponte entre suas associadas e a fabricante da Covaxin", afirma a associação, ao G1.

"Esse contrato ainda não foi firmado. Manifestamos interesse em analisar essa possibilidade", diz Rafael.

A Ajufergs, então, passou a consultar os 185 associados, para saber a quantidade de doses que seria necessária. O número de interessados não foi disponibilizado pela associação.

O presidente da Ajufergs ressalta que, se concluída, a aquisição das vacinas será feita com recursos próprios e "sem o uso de dinheiro público".

"Além disso, não há qualquer desvio de vacina da rede pública, pois, segundo me informaram, essas vacinas serão destinadas para compras privadas", diz.

Ou seja, conforme a Precisa Medicamentos, caso não sejam aprovadas no Brasil, as doses de Covaxin irão para venda privada em outros países.

De acordo com Rafael, as duas doses da vacina seriam disponibilizadas aos magistrados. Os associados poderiam, além disso, adquirir, com recursos próprios, a vacinação para até oito familiares. O custo estimado da dose é de R$ 400, totalizando R$ 800 nas duas doses. Nesse caso, a Ajufergs apenas intermediaria a compra.

"O governo vai ter que decidir até que ponto é interessante, é benéfico para o plano de vacinação contar com a contribuição da iniciativa privada", observa o presidente.

VÍDEOS: Vacinação contra a Covid-19

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