Por G1 — Rio


Ação da Cidadania recebe doação de alimentos e material de higiene; veja como doar

Ação da Cidadania recebe doação de alimentos e material de higiene; veja como doar

Com o isolamento imposto pela pandemia do novo coronavírus, vai faltar alimento na mesa de populações carentes. Mas a solidariedade não pode se isolar. A doações podem ser feitas à Ação da Cidadania e à ONG De Volta ao Lar, entre outras.

O que está embalado é o básico, mas que falta para muita gente. “Arroz, feijão, farinha, macarrão, óleo e açúcar e dois sabonetes pra parte de higienização”, diz o diretor-executivo da Ação da Cidadania, Kiko Afonso.

A comida e os produtos de higiene vão para quatro mil famílias de comunidades pobres do Rio e da Baixada Fluminense: 40 toneladas de doações feitas por empresas e pessoas chegaram à Ação da Cidadania para tempos difíceis.

Pedidos de comida chegam às ONGs como a Voz das Comunidades, do Complexo do Alemão. Uma pesquisa da Central Única das Favelas mostrou que 86% dos moradores de periferias de todo Brasil têm medo de ficar sem ter o que comer. Por isso, a líder comunitária Rosana de Freitas sabe o valor desse gesto.

“Fico emocionada porque é muito triste você ver uma pessoa com fome, querer um prato de comida e não ter para comer. Então, levando para essas pessoas algo para comer, eu fico muito feliz”, diz.

Cada carro que sai cheio, são pelo menos cem famílias que vão ter o que comer nos próximos dias. Mas é preciso lembrar que os alimentos acabam e a fome volta. Enquanto as doações chegarem, esse é um problema que dá para resolver.

“A fome é todo dia. A gente fica pensando nessas famílias que já ganhavam pouco, tinham um emprego e já ganhavam pouco, imagina agora que não podem trabalhar. A fome tem pressa, a fome vai aumentar. A gente precisa se unir na solidariedade que o brasileiro sempre teve”, afirma o presidente do conselho da Ação da Cidadania, Daniel de Souza.

Na quarta-feira (25), a doação virou jantar na casa de muitas famílias da Ilha do Governador, Zona Norte do Rio.

E quando falta tudo, incluindo o teto? Se para essas pessoas todo dia é difícil, imagine se não houver solidariedade.

Restaurantes fechados, ruas vazias e estômago também.

“Tem vezes que come, tem vezes que não come. É a dificuldade desse vírus. Muita dificuldade. Tem uns que comem, tem uns que não comem, ficam sem comer, ficam bebendo água que nem eu também, para passar um pouco a fome”, conta o sem-teto Luís Carlos de Sena.

“As pessoas que faziam a distribuição de alimentos, ajuda humanitária, a maior parte sumiu”, comenta o sem-teto Lacerda Bragança.

Michele conhece os riscos de se expor, mas foi pensando na fome de todos os dias que ela foi para as ruas distribuir quentinhas e sabonetes.

“Dia de fome é todo dia. A fome tem pressa. Essas pessoas costumam dizer para mim, os meus assistidos costumam dizer pra mim, que o único dia em que eles têm fome é domingo. Porque domingo tem menos gente na rua e os estabelecimentos fechados. A gente tem que levar em consideração que agora todo dia é domingo”, diz.

Para muitos, já eram cinco dias sem um prato de comida. E por saber a dor do outro, muitos dividem as quentinhas.

“Pelo menos ameniza um pouco o sofrimento. O sofrimento é muito para todos”, lamenta Luís Carlos.

Veja também

Mais lidas

Mais do G1
Deseja receber as notícias mais importantes em tempo real? Ative as notificações do G1!