• Paulo Gratão
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Rodrigo Albuquerque, másterfranqueado da Petland (Foto: Divulgação)

Rodrigo Albuquerque, CEO da Brasil Pet (Foto: Divulgação)

A crise do coronavírus fez com que diversos empreendedores procurassem soluções criativas para diminuir o impacto causado pela quarentena. Isso não foi diferente no segmento pet, apesar de ser considerado essencial em muitas cidades.

Rodrigo Albuquerue é CEO do Grupo Brasil Pet, responsável pela operação brasileira da rede de franquias Petland e dono do e-commerce Geração Pet by Petland e das marcas LogLand, Dra. Mei e Pet Choice. Ele viu esse momento uma oportunidade de tirar do papel um plano que só estava previsto para o ano quem: a afiliação de pequenos negócios. "As unidades franqueadas são pequenos negócios, mas estão dentro de um ecossistema que ajuda a pensar a empresa. Já o pequeno empreendedor que tem uma, duas lojas no máximo, e é a maioria no segmento no Brasil, não tem a quem recorrer", afirma Albuquerque.

O objetivo do projeto é capacitar os empreendedores de bairro e de pequenas cidades para que consigam fazer a gestão de seus negócios de forma mais profissional. “Percebemos que eles gostariam de evoluir, mas não têm o capital para abrir uma franquia”, diz. De acordo com ele, o projeto não visa a virada de bandeira – os pet shops continuam trabalhando com a mesma marca, mas recebem suporte da Brasil Pet.

Afiliados poderão revender produtos da franqueadora
Além de fornecer a mentoria, o projeto tem como objetivo também estruturar um novo canal de vendas para o grupo. Os afiliados com avaliação de crédito acima de 80% terão acesso à compra dos produtos de marca própria do grupo, a Pet Choice, para revenda em suas lojas. Eles poderão, inclusive, atender a demandas do e-commerce da Geração Pet by Petland quando o CEP do consumidor for próximo à loja.

Para manter a exclusividade dos franqueados em seus respectivos territórios, Albuquerque diz que não poderão participar do projeto as lojas localizadas na região de atendimento de uma das 100 franquias da rede.

Meta é ter 150 até o final do ano
Organicamente, a empresa já recebeu quase 300 interessados no programa e 40 contratos estão em vias de serem assinados. A meta é ter pelo menos 30 até o dia 15 de maio e 150 empreendedores no final do ano.

Albuquerque afirma que os adeptos ao novo modelo terão um tratamento diferente dos franqueados da rede, que ainda conseguirão melhores condições para compras de produtos, serviços financeiros e suporte. “O franqueado tem atendimento personalizado para a loja dele, oferecemos visita presencial, é tudo customizado. Para o afiliado, haverá um primeiro atendimento, com base nas fotos que ele envia da loja e nas informações que passa, mas depois serão aulas gravadas por vídeo.”

Até o mês que vem, Albuquerque também quer colocar no ar o PetPay, um banco digital próprio que ajudará a reduzir a taxa de parcelamento para franqueados e afiliados e dar até 180 dias para iniciar os pagamentos.

Loja da Petland em Cohama, no Maranhão (Foto: Divulgação)

Loja da Petland em Cohama, no Maranhão (Foto: Divulgação)

O Grupo Pet Brasil faturou R$ 155 milhões no ano passado e tem a expectativa de que esse novo canal possa se tornar significativo na receita. O projeto foi desenvolvido em menos de vinte dias e o investimento foi mínimo, de acordo com o empreendedor. “Está sendo uma experiência desafiadora, interessante e ótima para provocar novas habilidades.”

De acordo com ele, a gestão é o principal desafio dos pequenos empreendedores e será o norte de boa parte da capacitação. “É muito parecido com o mercado de farmácias há uns 30 anos. A maior parte dos donos são veterinários, sem conhecimento de finanças, administração, contratação. Existe uma oportunidade gigante”, diz.

O programa de afiliados não cobra taxa de adesão e não tem multa por cancelamento -- o empreendedor pode deixar o projeto a qualquer momento. O pacote mensal custa R$ 499, com contrato de 12 meses, mas os 30 primeiros pagam R$ 289.

Apoie o negócio local (Foto: Editora Globo)