Vacina

Por G1


Ciclista usa máscara para se proteger do novo coronavírus em Havana, Cuba, segunda-feira (10) — Foto: Ismael Francisco/AP

Cuba iniciou nesta segunda-feira (24) o teste em um grupo de voluntários da sua vacina contra a Covid-19, a Soberana 01. O resultado fase de testes é esperado para meados de fevereiro de 2021.

"Considero que é uma honra poder estar aqui. É uma satisfação pessoal. Estou convencido que há milhares de cubanos que queriam estar aqui", declarou à emissora estatal Baltasar Pérez, de 58 anos, um dos 20 primeiros cubanos recrutados para os testes.

Todos os voluntários foram convocados ao Centro Nacional de Toxicologia (Cenatox), em Havana. Antes, tiveram que assinar um documento de consentimento.

Cuba espera submeter a testes um total de 676 pessoas entre 19 e 80 anos.

Menina passa por controle de temperatura em um posto de controle da polícia na entrada da província de Havana, Cuba, na segunda-feira (10) — Foto: Ramón Espinosa/ AP

"Já temos os 20 primeiros voluntários. O teste clínico conta com duas etapas. A primeira será do grupo de 19 a 59 anos de idade", explicou Meiby Rodríguez, diretora de Investigações Clínicas do Instituto Finlay de Vacinas.

Na segunda etapa, será aplicada uma dose a pessoas entre 60 e 80 anos, depois de rigorosa avaliação.

Na primeira etapa, espera-se que não mais que 5% dos voluntários apresentem sintomas adversos graves.

Se todas as fases de testes forem concluídas e se sua segurança e eficiência puderem ser provadas, essa pode ser a primeira vacina contra o coronavírus desenvolvida na América Latina.

Os desafios de Cuba

Felipe Lobelo, especialista em epidemiologia e pesquisador da Universidade de Emory (Atlanta), afirmou à BBC que Cuba tem pontos fortes e, ao mesmo tempo, algumas limitações para tornar a Soberana 01 uma alternativa viável.

"Eles podem ter capacidade científica e tecnológica, mas outra coisa é desenvolver uma vacina que passe por todos os filtros de segurança e eficácia. Esses filtros exigem não só capacidade técnica e tecnológica, mas também logística", afirmou.

Pandemia na ilha

Com 11 milhões de habitantes, a ilha conseguiu conter a nova pandemia do coronavírus. A ilha registrou oficialmente 3,7 mil casos e 91 mortes, de acordo com a universidade americana Johns Hopkins.

Outras vacinas

No estrangeiro, autoridades russas informaram do avanço na produção de sua vacina, a "Sputnik V". Moscou chegou a expressar o interesse de produzi-la em Cuba, embora a ilha caribenha não tenha se pronunciado oficialmente sobre a proposta.

Pesquisadores ocidentais mostraram ceticismo diante do produto russo e avançam em diversos projetos.

Na América Latina, Argentina e México anunciaram recentemente um acordo para produzir a vacina criada pelo laboratório AztraZeneca em parceria com a Universidade de Oxford.

Nos Estados Unidos, o laboratório Moderna tem um dos projetos mais avançados, com ensaios clínicos em humanos, assim como o grupo chinês Sinopharm.

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