A pandemia de covid-19 parece não ter afetado negativamente o agronegócio brasileiro. Uma pesquisa realizada pela KPMG apontou que para 33% dos empresários do setor o faturamento das empresas que lideram deve aumentar entre 10% e 25% este ano. Segundo o estudo, outros 33% dos entrevistados esperam por um resultado próximo ao obtido no ano anterior.
A "Pesquisa nacional sobre o impacto da covid-19 nos negócios" avalia as perspectivas do mercado setorial durante a pandemia ao entrevistar 91 empresários de todas as regiões do país.
Embora a amostra contenha empresas dos mais variados segmentos produtivos sobressai entre os respondentes um maior percentual de companhias que atuam no ramo de Serviços Financeiros (com 13,89% do total), de Energia e Recursos Naturais (11,11% do total); Alimentos, Bebidas e Bens de Consumo e de Consumo e Varejo (cada um com 8,33% do total) e, também com igual índice de 5,56% do total, os setores de Agronegócios, de Infraestrutura e Automotivo.
De acordo com os dados divulgados pelo levantamento, para 66% dos entrevistados o faturamento das empresas do agronegócio cresceu nos meses de abril e maio deste ano, se comparado com o mesmo período do ano anterior. Já para outros 33%, o nível de receitas obtidas permaneceu o mesmo nos dois meses.
"Apesar dos desafios enfrentados durante a pandemia, a pesquisa mostra que o setor de agronegócio, por ser fortemente demandado no Brasil, conseguiu sobreviver bem à crise durante esse período", afirma o sócio-líder de clientes e mercados da KPMG no Brasil e na América do Sul, André Coutinho, em nota.
Com relação à previsão de faturamento para o ano que vem, 33% dos empresários do setor acreditam que também haverá um aumento de 10% a 25%. Para outros 33% deles, as receitas das organizações devem crescer mais de 25% no próximo ano.
"A pesquisa retrata não apenas a resiliência do agronegócio diante da pandemia, mas também a importância do setor para a retomada da economia do Brasil, com expectativas robustas de crescimento do faturamento para 2020 e 2021", avalia a sócia-líder do setor de agronegócio da KPMG no Brasil, Giovana Araújo, também na nota.
Se levado em conta todos os setores, a pesquisa apontou que a maior parte das empresas (18,68% do total) registrou uma redução na receita entre 10% e 30% em abril, em relação ao mesmo período de 2019. Em maio, 26,37% delas foram afetados pela queda da receita na mesma proporção.
Por tudo isso, aproximadamente 25% do total de empresários consultados acreditam que o faturamento deverá diminuir entre 10% e 30% em 2020. Para 18,68%, os números ficarão muito próximos aos do ano anterior. Redução mais acentuada, superior a 50%, é a expectativa de uma pequena parcela de 5,49% do total. Por outro lado, aproximadamente 13% deles esperam atingir crescimento de até 10%.
(Conteúdo publicado originalmente pelo Valor PRO, serviço de notícias em tempo real do Valor)