Política
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Por Juliano Basile e Luísa Martins, Valor — Brasília


A Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais (APCF) lamentou a saída de Sergio Moro do comando do Ministério da Justiça e Segurança Pública. “Após diversas gestões que se abstiveram de elaborar uma política de segurança com base na ciência, a gestão de Moro representou um avanço no uso de métodos científicos modernos contra a criminalidade”, disse o presidente da APCF, Marcos Camargo, nesta sexta-feira.

Segundo ele, a marca deixada por Moro na Pasta é a compreensão de que medidas repressivas sozinhas não surtem os resultados de que o Brasil precisa para superar o quadro trágico da criminalidade no Brasil. Para Camargo um exemplo de avanço conduzido por Moro foram os mutirões de coleta de DNA dos presos condenados por crimes violentos e hediondos. Até a chegada de Moro no Ministério, a legislação era sistematicamente descumprida nos pontos que determinam a coleta obrigatória do material genético desses presos. Esse material colabora para solucionar crimes pendentes, sobretudo crimes sexuais, e para diminuir a impunidade no Brasil.

“A APCF espera que os avanços sejam mantidos pelo próximo ministro. Estaremos alertas para que o fortalecimento da prova científica e da Polícia Federal (PF) seja mantido como prioridade. Apenas com a ciência acima de tudo a PF pode oferecer à sociedade um serviço de excelência”, ressaltou Camargo.

 — Foto: Isaac Amorim/MJSP
— Foto: Isaac Amorim/MJSP

A Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef) também lamentou o pedido de demissão de Moro, além da exoneração do diretor-geral da PF, Maurício Valeixo.

A entidade alegou que Moro cumpriu o seu papel com dedicação e comprometimento, garantindo a independência da Polícia Federal durante todo o período que ocupou o cargo.

Já com relação a Valeixo essa entidade argumentou que havia uma situação de tensão que se arrastava desde 2019, com o anúncio de sua possível saída. “Ainda assim, Valeixo, um profissional sério e dedicado à Polícia Federal, manteve seu compromisso com os policiais federais até sua exoneração”, alertou a Fenapef.

Para a diretoria dessa entidade, independentemente de quem ocupe o Ministério da Justiça e Segurança Pública e a direção-geral da PF, a Polícia Federal precisa manter sua linha de autonomia e independência nos trabalhos e investigação. “A Fenapef sempre defendeu que a Polícia Federal é uma polícia de Estado e não de governo e, por isso, acredita e defende que jamais a instituição deve ser atingida por interferências políticas”, enfatizou.

Para o presidente da Fenapef, Luís Antônio Boudens, o presidente Jair Bolsonaro tem o direito de fazer alterações em sua equipe, mas “isso não significa qualquer tipo de interferência nas investigações criminais da Polícia Federal”.

Em nota, o sindicato dos Policiais Federais do Paraná (Sinpef-PR) também lamentou a saída de Moro e a exoneração de Valeixo. De acordo com a presidente do sindicato, Bibiana Orsi, as trocas de comando são precoces, "tanto para as operações em andamento quanto para a reestruturação interna" da PF. A reestruturação interna era uma bandeira dos policiais federais, que viam em Valeixo uma ponte de diálogo com as entidades representativas.

"Moro e Valeixo deixam o cargo, mas também um legado de respeito à autonomia da instituição, sensibilidade aos pleitos da carreira e compromisso com a sociedade brasileira. Compromisso esse que esperamos (e cobraremos) também do presidente da República, Jair Bolsonaro, com as indicações de seus substitutos", diz a nota.

A presidente da Associação dos Magistrados do Brasil (AMB), Renata Gil, disse considerar Moro "um profundo conhecedor do sistema de Justiça", já que foi juiz por mais de 20 anos. "Desejamos sucesso em suas próximas missões. E que o próximo ministro tenha coragem para enfrentar os desafios que levarão o Brasil a um momento melhor", disse, em vídeo.

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