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Em 24 horas, Brasil tem seis mil novos casos suspeitos do novo coronavírus

Em 24 horas, Brasil tem seis mil novos casos suspeitos do novo coronavírus

O número de casos suspeitos da Covid-19 deu um salto de mais de seis mil novos casos em 24 horas.

Os dados desta terça-feira (17) mostram 8.819 pessoas com suspeita de estarem com o coronavírus. Na segunda-feira (16), eram 2.064, ou seja, houve um aumento de 327% nos casos suspeitos. O estado de São Paulo registra a maioria, mais de cinco mil, além da primeira morte confirmada nesta terça.

Segundo o Ministério da Saúde, esse salto no número de casos suspeitos já era esperado depois que os estados passaram a atualizar o sistema diretamente.

“Essa diferença de seis mil casos suspeitos é porque tinha casos suspeitos em diversos estados que não estavam sendo validados pelos estados, muito provavelmente por sua capacidade de checagem manual de um a um. Nós decidimos, e informamos aos estados, que era melhor adotar a classificação automatizada. Isso facilita a nossa vida, dá transparência e poupa tempo para o estado para fazer as ações que são mais importantes da vigilância”, afirmou Júlio Henrique Croda, diretor do Departamento de Imunização e Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde.

Em uma entrevista transmitida pela internet, sem a presença de repórteres, para diminuir o risco de contaminação, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, disse que o Brasil vai enfrentar dois ou três meses de muito estresse.

“Nós estamos imaginando que vamos trabalhar com números ascendentes, espirais ascendentes em abril, maio, junho. Nós vamos passar de 60 a 90 dias de muito estresse, para que, quando chegarmos em final de junho, julho, a gente imagina que entra no platô, agosto, setembro a gente deve estar voltando, desde que a gente construa a chamada imunidade de mais de 50% das pessoas”, explicou.

O ministro disse que está preparando o sistema de saúde do país para isso. Mais de cinco mil médicos se inscreveram no programa Mais Médicos. As inscrições vão até domingo (22). O objetivo é contratar seis mil.

O ministério também quer agilizar o atendimento via internet para evitar que os doentes tenham que sair de casa e está preparando as orientações para os médicos.

Outra preocupação é para o caso de pessoas que se recusarem a fazer o tratamento. Uma portaria dos ministérios da Justiça e da Saúde permitindo a internação compulsória foi publicada nesta terça.

De acordo com o texto, “as pessoas que não se submeterem ao isolamento e à realização compulsória de exames médicos, testes laboratoriais e tratamentos médicos indicados pelos profissionais de saúde poderão ser punidas até com prisão e pagamento de multa”.

Os profissionais de saúde também poderão pedir ajuda da polícia nos casos de recusa ou desobediência. Nestes casos, a autoridade policial poderá encaminhar o cidadão à casa ou ao hospital, mesmo sem autorização judicial.

Nesta terça, na Bahia, a Procuradoria-Geral do Estado entrou com uma ação criminal contra um empresário diagnosticado com a Covid-19 que descumpriu a orientação para se manter isolado. Ele viajou de São Paulo para Porto Seguro num avião particular e, segundo o governo da Bahia, contaminou outras três pessoas.

Funcionários do governo federal - civis e militares - passam a ter novas regras. Viagens internacionais a trabalho estão suspensas. As viagens nacionais serão avaliadas caso a caso e servidores que fazem parte de grupo de risco estão autorizados a trabalhar em casa. Eventos e reuniões estão suspensas.

A Polícia Federal informou que passaporte só vai ser emitido para casos de emergência, mesmo os que já estavam agendados.

Ao reforçar as ações que estão sendo adotadas, o ministro da Saúde voltou a lembrar uma orientação básica para toda a população.

“Cuidem dos idosos, cuidem dos idosos. É hora de filho e filha cuidar de pai e mãe, avó, tia-avó. É preciso ter muito claro: ligar para perguntar como é que está, mas não levar sistematicamente muitas crianças. Muitas crianças são assintomáticas, não desenvolvem nem uma coriza. Não tem nenhuma avó que não coloque um neto no colo e não encha de beijos. Pedir para que elas não os beijem, não os abracem, não dê colo seria muito duro. Então, conversar, dialogar, procurar proteger. O momento agora é de proteção. Quanto menos idosos nós tivermos com esta gripe, menos pressão nós colocaremos nos leitos de CTI, já que eles infelizmente são os que desenvolvem a maior necessidade de cuidado intensivo”, pediu o ministro.

O Brasil tem hoje mais de 300 casos confirmados da Covid-19. O Ministério da Saúde confirmou 291. Depois, secretarias estaduais confirmaram mais 55 casos, totalizando 346.

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