O ministro de Finanças da França, Bruno Le Maire, afirmou nesta terça-feira (17) que a pandemia do novo coronavírus terá “sérias repercussões” sobre a economia do país, que deve fechar 2020 com retração de 1%.
Para amenizar os impactos econômicos do vírus, Le Maire informou hoje em entrevista à rádio “RTL” que o governo lançará um pacote de 45 bilhões de euros em ajuda para companhias e trabalhadores.
Ontem, em pronunciamento à nação, o presidente do país, Emmanuel Macron, anunciou uma garantia de 300 bilhões de euros em empréstimos bancários a empresas, colocou toda a França em confinamento e suspendeu o pagamento de contas de eletricidade, gás e água.
O presidente francês, Emmanuel Macron, anuncia novas medidas restritivas ao país, em pronunciamento à nação em rede de TV — Foto: Bob Edme/AP
“[A pandemia] é um desastre para todos os países do planeta. Teremos em 2020 uma situação de crescimento obviamente deteriorada. A zona do euro também entrará em recessão”, afirmou Le Maire na entrevista. Segundo o ministro, a projeção de queda de 1% do PIB é provisória.
Em linha com as afirmações feitas ontem por Macron, o ministro afirmou que a França está em guerra contra o vírus. “Todos devem entender que há uma guerra econômica e financeira. Ela será duradoura e violenta. Devemos mobilizar todas as nossas forças, seja em nível nacional, europeu ou dentro do G7”, destacou Le Maire.
“O choque será violento, mas as economias europeia e francesa têm todas as condições de se recuperar se tomarmos as decisões corretas. E as boas decisões consistem em proteger nossa força de trabalho, nossas empresas e evitar falências”, disse o ministro. “Hoje os bancos não têm motivo para recusar qualquer empréstimo a qualquer companhia,”
Nacionalizar empresas
Le Maire, afirmou também que o país está pronto para nacionalizar empresas que sejam muito afetadas pela pandemia do novo coronavírus.
A medida visa proteger as companhias francesas dos impactos econômicos provocados pela pandemia. Segundo o ministro, o governo de Emmanuel Macron estuda recapitalizar, comprar ações ou, em casos extremos, assumir o controle de algumas empresas. “Eu poderia usar até a palavra nacionalização se for necessário”, disse o ministro.