Moradores da Providência estão há mais de dois anos sem o teleférico
Os moradores do Morro da Providência, na região central do Rio de Janeiro, afirmam que estão há mais de dois anos sem o funcionamento do teleférico que liga o alto da comunidade com a Central do Brasil. Segundo eles, o problema faz com que atividades simples, como ir à escola ou ao mercado, se tornem difíceis.
O teleférico foi inaugurado em julho de 2014, com capacidade para transportar até mil pessoas por hora. A obra custou R$ 75 milhões. A empresa Porto Novo tinha a concessão do serviço, que parou de funcionar em dezembro de 2016, com o fim do contrato.
A Prefeitura do Rio afirmou que o teleférico da Providência foi construído na gestão anterior e que pretende fazer uma licitação assim que forem viabilizados os recursos para a manutenção do transporte, que atualmente custa R$ 1,4 milhão por mês.
A falta de funcionamento atrapalha os negócios na região. A empresária Juraci Vilela Gomes servia refeições na laje de casa. Há quatro anos montou um restaurante ao lado do mirante da Estação Providência. Mas, sem o transporte, o movimento caiu.
“Antes o fluxo de pessoas era bem maior indo para o restaurante, também para visitar a comunidade. Mas depois da paralisação diminuiu a frequência”, contou Juraci.
Um dos guias de turismo da região também reclama da falta de clientes: “Agora, sem o teleférico, a gente não tem outros visitantes para conhecer a primeira favela, que é uma favela histórica. Tem esse equipamento milionário ligado às traças”, destacou Cosme Felipsen.
Bárbara Gonzaga, que trabalhava como auxiliar de serviços gerais no teleférico, perdeu o transporte e o emprego com o fechamento.
“Fica complicado, a gente tem que subir a escadaria da Central, até chegar aqui em cima. O teleférico ajudava muito a gente, mas agora parou e está aí abandonado”, contou.
Teleférico do Morro da Providência quando estava em funcionamento — Foto: Daniel Silveira/G1