Por G1


Diretor do FBI, James Comey — Foto: Reuters/Jonathan Ernst/File Photo

Em uma decisão inesperada, o presidente dos EUA Donald Trump demitiu nesta terça-feira (9) o diretor da Polícia Federal americana (FBI), James Comey. Segundo a Casa Branca, Comey foi retirado do cargo depois de recomendações do procurador-geral Jeff Sessions e do vice-procurador-geral Rod Rosenstein.

A procura por um novo diretor começa imediatamente.

Numa carta divulgada pela Casa Branca em que Trump afirma a Comey que ele "não consegue liderar efetivamente" e que uma nova liderança é necessária para restaurar a confiança.

"Embora eu aprecie enormemente você me informar, em três ocasiões diferentes, que eu não estou sob investigação,concordo com o julgamento, porém, do Departamento da Justiça de que você não está apto a efetivamente liderar o FBI", declarou.

"É essencial encontrar uma nova liderança para o FBI que restabeleça a confiaça pública em sua missão vital de aplicação da lei", diz o presidente na carta.

Segundo o "New York Times", Comey soube que tinha sido demitido enquanto falava a funcionários do escritório do FBI em Los Angeles, quando telas de televisão ao fundo do lugar em que estava começaram a piscar a notícia. Pouco depois, uma carta foi entregue na sede da organização, em Washington.

Trump demite James Comey, diretor da Polícia Federal dos EUA

Trump demite James Comey, diretor da Polícia Federal dos EUA

Imagem da carta em que Trump demite Comey — Foto: Joshua Roberts/Reuters

Na carta enviada por Sessions a Trump, o procurador-geral afirma que o diretor do FBI deve ser alguém que segue as regras e os princípios do Departamento de Justiça. Comey, de 56 anos, foi nomeado pelo ex-presidente Barack Obama em 2013 para um período de 10 anos.

Em março, Comey admitiu pela primeira vez que o FBI investiga uma eventual interferência da Rússia na campanha presidencial norte-americana, confirmando informações divulgadas pela imprensa americana. O diretor disse que a investigação "inclui investigar a natureza dos laços entre indivíduos associados à campanha de Trump e o governo russo e se houve alguma coordenação entre a campanha e os esforços da Rússia".

Na semana passada, Comey afirmou em uma audiência no Comitê de Justiça do Senado que o governo russo ainda trata de influenciar na política dos EUA e representa "a maior ameaça" para a segurança da nação.

Esta é a segunda vez que Trump demite um funcionário de alto-escalão de seu governo, segundo o "New York Times". Em fevereiro, o presidente demitiu Sally Q. Yates, que estava atuando como procurador-geral em exercício.

Donald Trump demite o diretor do FBI, James Comey

Donald Trump demite o diretor do FBI, James Comey

Democratas imediatamente acusaram Trump de agir por motivos políticos. O ex-diretor do FBI esteve envolvido na controvérsia em torno da investigação sobre se o uso de um servidor de e-mail privado por Hillary, enquanto chefiava o Departamento de Estado durante o primeiro mandato do presidente Barack Obama, comprometeu a segurança nacional.

Os democratas denunciaram o movimento de Trump, que alguns compararam ao "massacre de sábado à noite" de 1973, em que o então presidente Richard Nixon demitiu um promotor especial independente que investigava o escândalo de Watergate.

"A ação de hoje do presidente Trump elimina completamente qualquer aparência de uma investigação independente sobre os esforços russos para influenciar nossa eleição e coloca nossa nação à beira de uma crise constitucional", disse o deputado democrata John Conyers, membro Comitê Judiciário da Câmara.

Conyers e outros democratas renovaram seus apelos para uma comissão independente ou um procurador especial para investigar suposta a influência russa nas eleições de 2016.

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