• Paulo Gratão
Atualizado em
Home office (Foto: Andrea Piacquadio / Pexels)

Home office (Foto: Andrea Piacquadio / Pexels)

Desde março, boa parte dos empreendedores e funcionários têm trabalhado em casa. A quarentena imposta pelo novo coronavírus trouxe diversos desafios e alguns aprendizados para quem não estava acostumado à dinâmica do home office. Apesar do início tumultuado e de todas as dificuldades, 90% dos profissionais já consideram que esse será o futuro das empresas.

O dado é resultado de uma pesquisa realizada entre março e abril pelo software de recrutamento e seleção Kenoby, com 1.300 profissionais de diversos cargos - diretores, gerentes, coordenadores e assistentes. A empresa atende 450 contas, de startups como Hotmart e Loggi a gigantes como McDonald’s e Leroy Merlin.

Entre os entusiastas do home office, os profissionais em cargos de coordenadores e analistas têm maior adesão, com mais de 90% de respostas positivas ao novo modelo de trabalho. Já os presidentes das empresas são os que menos pensam no trabalho remoto como o futuro dos negócios, com um percentual de apoio de 66%.

A maior parte (73%) dos respondentes atua no setor de Recursos Humanos de empresas com até 1000 funcionários, em segmentos como tecnologia, saúde, turismo, alimentação, educação, indústria, entre outros. De acordo com o estudo, 65% das empresas respondentes foram afetadas pela crise e já colocaram algum plano de ação em prática. Cerca de 29% estão estruturando uma estratégia e 6% não foram sofreram impactos.

Empresas não estavam preparadas para o home office
Mais da metade (57%) das empresas entrevistadas ainda não tinham formulado uma política de home office antes da crise, com destaque para Turismo (90%), Energia (90%) e Contabilidade (100%). Os que estavam preparados para levar toda a empresa para o trabalho remoto somam apenas 5% da base, com destaque para Transportes (59%). “Empresas que já tinham tecnologias diferentes de comunicação instaladas tiveram uma facilidade maior de home office. As ferramentas que a empresa já usava suportaram essa migração”, explica o CEO da Kenoby, Marcel Lotufo.

Cerca de 42% das empresas analisadas precisaram enviar todos os funcionários para casa, enquanto quase a metade dos respondentes (49%) liberou apenas uma parte do quadro para o trabalho remoto. Por essa razão, 44% precisaram fornecer o suporte técnico completo, com computador, telefone e internet, por exemplo.

A nova dinâmica de trabalho é uma novidade para todos. A Kenoby perguntou quais são os temas mais buscados pelos profissionais. 61% responderam que procuram por técnicas de gestão de pessoas, 47% leem artigos sobre o home office, 36% sobre trabalho remoto, 33% sobre como aumentar a assertividade nas contratações e 32% buscam informações sobre recrutamento digital.

Contratações
Quase metade das empresas (47%) congelaram as vagas neste momento e apenas 18% seguem na mesma volumetria de contratações. Outros 13% foram ainda mais radicais: bloquearam totalmente a abertura de novas vagas. Apenas 2% dizem que aumentaram a quantidade de postos. Cerca de 55% acreditam que não haverá uma baixa nas candidaturas.

A conclusão da empresa é que levar o RH para o home office exige mais do que videoconferências ou aplicativos de mensagens. “O trabalho de recursos humanos tem toda uma estrutura, que precisou ser feita da noite para o dia: admissão digital, entregas e assinatura de documentos, por exemplo. Essas empresas não estavam preparadas para isso e tiveram que correr atrás de tudo para manter colaboradores conectados”, comenta Felipe Sobral, diretor de Marketing da Kenoby.