05/07/2015 15h07 - Atualizado em 05/07/2015 15h07

Novo sistema de avaliação do ensino público de Alagoas é alvo de críticas

Sinteal diz que Estado não tem condições de avaliar escolas públicas.
Índice ajudará a melhorar qualidade do ensino, diz Secretaria da Educação.

Carolina SanchesDo G1 AL

Constituição defende que o índio brasileiro deveria ter uma educação específica e diferenciada, mas muitos estudam com material regular encaminhado pela Secretaria de Estado da Educação, e os professores têm que adaptar conteúdo para as crianças indígenas (Foto: Jonathan Lins/G1)Sistema deve avaliar escolas estaduais
(Foto: Jonathan Lins/G1)

O anúncio de um novo sistema para avaliar a qualidade do ensino nas escolas públicas de Alagoas, anunciado pelo governo do estado nos últimos dias, não agradou o Sindicato dos Trabalhadores da Educação em Alagoas (Sinteal).

“O Estado não tem condições de avaliar as escolas sem primeiro oferecer estrutura para isso. O que estamos precisando é de investimento e não de avaliação, mas não é o que o governo prioriza”, questionou a presidente do Sinteal, Consuelo Correia.

O Índice de Desenvolvimento da Educação de Alagoas (Ideal) foi instituído através de uma  portaria da Secretaria de Estado da Educação (SEE), publicada no Diário Oficial do Estado (DOE) no dia 26 do mês passado. A portaria também traz a comissão que vai criar esse diagnóstico.

Segundo a publicação, o índice terá uma escala de zero a dez, calculado a partir da multiplicação do Indicador de Fluxo Escolar (IF) pelo Indicador de Desempenho (ID). A comissão é composta por doze integrantes e atuará na formulação, proposição, normatização, desenvolvimento e coordenação de todas as atividades relativas à consolidação do Ideal.

A responsável por presidir a comissão, Cheila Vasconcelos, explicou que o órgão vai elaborar as orientações das normas para o Ideal, como também o processo de institucionalização do índice no Estado.

Para Consuelo, a avaliação não é um instrumento ruim, só que ela deveria ser implantada em outro momento. “Estamos precisando de uma política de valorização do profissional. O que encontramos nas escolas é que 80% dos professores são monitores. Como podem medir o desempenho se não oferecem um ensino de qualidade”, disse.

A presidente do Sinteal lembra que existe uma avaliação em nível nacional semelhante ao Ideal e, para ela, não teve uma resposta positiva em Alagoas. “O que vemos é muito dinheiro gasto em contratação de pessoal e empresa para aplicação dessa avaliação e, depois que descobrem as carências das escolas, nada é feito”, expõe.

Diretora do Sinteal diz que algumas mudanças no plano podem prejudicar categoria (Foto: Carolina Sanches/ G1)Presidente do Sinteal diz que escola precisam de
melhorias (Foto: Carolina Sanches/ G1)

Sobre as críticas do Sinteal, a SEE explicou, por meio da assessoria de comunicação, que os índice são criados no sentido de acompanhamento e monitoramento de políticas e ações.

Eles servem para direcionar ou replanejar para alcançar a melhoria da qualidade do ensino e da estrutura de forma gradativa.

Ainda segundo a secretaria, o resultado poderá subsidiar em políticas mais direcionadas para as escolas de pequeno, médio e grande porte no estado.

Como será o exame
A SEE explicou que serão utilizadas como referência avaliações feitas em 2011 e 2012 pelo Sistema de Avaliação Educacional de Alagoas (Saveal) e Avaliação de Aprendizagem dos Alunos da Rede Estadual de Ensino de Alagoas (Areal).

Elas serão feitas em escolas com menos de 20 alunos por turma, que não são avaliadas pelo Sistema de Avaliação de Ensino no Brasil (SAEB) e tenham uma forma de serem acompanhadas e monitoradas com metas.

A secretaria informou que os parâmetros de cálculo para a avaliação serão os que foram experimentados pelo Saveal e Areal, mas todo o processo será estudado e discutido ainda pela comissão até que seja implementado no estado.

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