Eleições 2022
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Por Camila Zarur — Brasília

Sob pressão do diretório de Minas Gerais para apoiar a reeleição do atual governador, Romeu Zema (Novo), o PL adiou a decisão de lançar o senador Carlos Viana (MG) na disputa estadual, o que pode deixar o presidente Jair Bolsonaro (PL) sem um palanque no segundo maior colégio eleitoral do país. A campanha do presidente aposta na candidatura do parlamentar após tentativas frustradas de conseguir o apoio do governador mineiro.

Viana seria confirmado como candidato na disputa na semana passada, durante convenção estadual da sigla. Em uma última tentativa de se aproximar de Zema, o diretório local do PL decidiu adiar o anúncio e delegou à Executiva nacional, comandada pelo ex-deputado Valdemar Costa Neto, a decisão se mantém ou não o parlamentar na disputa ao Palácio Tiradentes.

Dois motivos serviram como base para a decisão do PL mineiro. Primeiro é que Viana ainda não conseguiu atrair nenhuma outra sigla para sua candidatura, embora converse com siglas do Centrão e aliadas de Bolsonaro, como Republicanos, PTB e PSC. Sem coligação, correligionários do senador acreditam que dificilmente ele conseguiria crescer nas pesquisas e ajudar na campanha do presidente no estado. Hoje, Viana aparece em terceiro lugar nas intenções de voto, com apenas 4% de acordo com o último Datafolha — 17 pontos percentuais atrás do segundo colocado nas sondagens, o ex-prefeito de Belo Horizonte Alexandre Kalil (PSD), com 21%. Já Zema, por sua vez, lidera com 48%.

O segundo motivo é que os deputados federais e estaduais do PL em Minas são aliados do governador e não escondem a preferência por manter a sigla na alçada de Zema em vez de uma candidatura própria. Além disso, acreditam que Viana, uma vez na disputa, dividiria os votos conservadores e evangélicos, o que poderia favorecer Kalil, candidato apoiado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

— Hoje o partido está dividido. Há uma grande parte que prefere o Zema, e outra que prefere Viana. Mas nós caminharemos de acordo com a preferência do presidente Bolsonaro — disse ao GLOBO o vice-presidente do PL em Minas, deputado federal Lincoln Portela.

O deputado federal Domingos Sávio, tesoureiro do PL mineiro, ressalta que Zema ainda não escolheu quem será seu vice, o que deixa espaço para a vaga ser oferecida ao partido de Bolsonaro.

— Vamos ver se conseguimos ampliar as alianças em Minas — afirmou Sávio.

O problema é que Zema tem evitado se vincular ao bolsonarismo, pois pesquisas internas do Novo já identificaram que a associação com o presidente puxa seu desempenho para baixo. As sondagens mostram que o governador conta, hoje, com o voto de eleitores de Lula, principal adversário de Bolsonaro na corrida presidencial. Um aceno direto ao titular do Planalto, na avaliação de aliados, poderia afugentar esse eleitorado. Apesar de terem participado de eventos juntos nos últimos meses, o mineiro evita fazer menções a Bolsonaro nas redes sociais e em seus discursos.

Coordenador da campanha de Zema, Mateus Simões, afirmou que a posição do governador será ficar longe da polarização nacional, sem estender mãos e palanque a Bolsonaro. Ele, no entanto, pondera que o PL segue na base do governo estadual.

— A posição do Novo e do governador é fazer uma campanha fora da polarização — afirma Simões, que completa: — Mas os deputados do PL fazem parte da base do governador em Minas.

Simões afirma também que, apesar do desejo do PL mineiro, a vaga de vice na chapa do governador já foi oferecida ao jornalista Eduardo Costa, filiado ao Cidadania, que está hoje federado ao PSDB. Os tucanos, porém, já têm candidato ao governo do estado, o ex-deputado Marcus Pestana.

Em um encontro em Brasília no início de julho, Zema disse a Bolsonaro que não iria fazer campanha direta ao presidente e reafirmou que apoiará o candidato do Novo ao Planalto, Luiz Felipe D’Avila.

Sem um caminho para se aproximar de Zema, a expectativa é que a Executiva nacional do PL formalize Viana como candidato na disputa até o dia 5 de agosto, último dia do prazo das convenções partidárias.

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