Faltavam três dias para o feriado do Ano Novo Chinês quando Renato Peneluppi Jr., ao constatar a recusa dos seus 40 funcionários de ir ao trabalho, entrou na internet para procurar uma passagem para deixar o país. A mais barata que encontrou o levaria de Wuhan para Phnom Penh, capital do Camboja. O voo da Lanmei Airlines estava marcado para um horário inabitual, 3h da manhã. No portão de embarque, foi informado que o voo, além de atrasado, corria o risco de não sair. Às 2h30 daquela madrugada o governo havia anunciado o bloqueio da cidade a ser concluído até as 10h daquele dia. O avião acabaria por decolar vazio, com não mais do que 40 pessoas, todas de máscara e isoladas umas das outras.
Maria Cristina Fernandes: O último brasileiro a furar o cerco ao coronavírus
Empresário volta à cidade para alertar seus funcionários e deixa o país na madrugada em que o bloqueio foi decretado pelo governo chinês
Por Maria Cristina Fernandes — De São Paulo