Por Bruno Tavares, SP2


Governo começa nesta sexta (15) programa de testagem em massa de Covid-19

Governo começa nesta sexta (15) programa de testagem em massa de Covid-19

O governo de São Paulo informou que vai começar na sexta-feira (15) a usar os testes rápidos para a identificação do coronavírus mesmo em quem não tem sintomas da infecção. Na primeira fase, a meta é fazer um milhão de exames em parceria com os municípios.

Um projeto piloto está sendo feito com 35 mil policiais militares, que já começaram a ser testados.

A eficácia dos testes rápidos está sendo estudada em São Paulo pela Câmara Brasileira de Diagnóstico Laboratorial. Alguns testes estão disponíveis nas farmácias, mas dependendo do estágio da infecção, eles apresentam desempenhos diferentes.

Esse trabalho vai ajudar também o poder público a comprar testes mais eficientes de acordo com a necessidade de cada cidade ou região. Clique aqui para conferir o resultado das análises.

Os pesquisadores avaliaram dez dos 64 testes que já receberam o registro da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

A ideia de criar uma espécie de controle de qualidade dos testes foi da Câmara Brasileira de Diagnóstico Laboratorial, que reúne as principais empresas desse setor e da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica.

Nenhuma marca foi reprovada, mas os testes analisados apresentaram desempenhos diferentes, conforme o estágio da doença. Alguns funcionam melhor nos primeiros dias dos sintomas. outros, quando a doença já está curada.

Enquanto a taxa de sensibilidade para detectar o vírus de um foi de quase 92% em um teste, a de outro foi de apenas 34%.

“O que nós queremos é exatamente mostrar a performance de cada kit dentro da situação de vida real, com pacientes reais e nas diferentes fases da doença”, disse Carlos Eduardo Gouveia, presidente da Câmara Brasileira de Diagnóstico Laboratorial.

Estado de São Paulo tem mais de 3.700 mortes por causa do novo coronavírus

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Os testes para Covid-19 se dividem em dois grupos principais:

  • Os moleculares, também conhecidos como PCR, que servem para detectar a presença do próprio vírus na mucosa do nariz e da garganta. As amostras são analisadas em laboratório, por máquinas e servem para o diagnóstico na fase inicial da doença, quando o corpo ainda não produziu anticorpos e, às vezes, o doente nem tem sintomas.
  • Os testes sorológicos são usados para descobrir se a pessoa tem ou não os anticorpos contra o vírus. Fazem parte desse grupo os chamados testes rápidos, que recentemente receberam autorização da Anvisa para serem vendidos em farmácias de todo o país.
  • Muitos modelos funcionam a partir de uma gota de sangue e o aparelho indica se a pessoa tem as células de defesa contra o vírus.

O IGM indica que houve uma produção recente de anticorpos, mas isso só é detectado pelo menos de sete a dez dias depois que surgem os primeiros sintomas.

O IGG mostra que a pessoa já teve contato com o vírus há mais tempo. Normalmente, o IGG só aparece 15 dias depois dos primeiros sintomas.

“Esse teste ele se presta para a gente ver o estado de imunidade da pessoa. Por exemplo, alguém que precisa retornar ao trabalho e precisa saber se está com o seu estado imunitário adequado ou não. É uma forma de avaliar. Ou ainda, nos estudos populacionais, quando nós queremos saber o quanto daquela população já teve contato com o vírus, esse tipo de teste é extremamente valioso”, disse Álvaro Pulchinele Júnior, diretor científico da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica (SBPC).

Ele alerta que mesmo os testes rápidos, que já podem ser vendidos em farmácias, só devem ser aplicados por profissionais de saúde.

“Não é um auto teste. Não é como um teste, por exemplo, de gravidez tão consagrado a venda nas farmácias, a venda livre. Ele tem que ser feito sob a supervisão de um profissional habilitado na área laboratorial”, disse Pulchinele.

As avaliações dos testes para Covid-19 serão atualizadas periodicamente. E ampliadas à medida que novos produtos ou equipamentos forem importados ou produzidos por fabricantes nacionais. O resultado completo das primeiras avaliações já está disponível na internet.

“Isso vai ajudar bastante os laboratórios na tomada de decisão, na escolha do produto a ser adquirido”, disse Carlos Eduardo dos Santos Ferreira, presidente da SBPC.

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