Lives do Valor
Group CopyGroup 5 CopyGroup 13 CopyGroup 5 Copy 2Group 6 Copy
PUBLICIDADE

Por Lucas Hirata, Valor — São Paulo


Os mercados brasileiros têm sofrido nas últimas semanas com uma série de fatores, que vão desde a piora da pandemia no país até a precificação de aumento de juros no mundo. No entanto, a expectativa ainda é de que a vacinação vai ganhar tração ao longo do ano, principalmente com o aumento da oferta de imunizantes no segundo semestre, e uma acomodação da inflação nos Estados Unidos. Essa é a avaliação do estrategista-chefe de investimentos da gestora Wealth High Governance (WHG), Tony Volpon, que vê um crescimento da economia em 2020 entre 4% e 4,5%.

"Eu acho que tem vários fatores, inclusive o fato de o Brasil estar vivendo segunda onda e os impactos que isso tem em atividade e pressão por mais gastos. Isso contribui para o quadro mais negativo para mercados", explica o economista na Live do Valor desta sexta-feira. Ele aponta que é inegável a mudança em precificação global de renda fixa e que o ambiente de inflação deve ser bastante pior que nos últimos anos.

Mudanças grandes e rápidas nas taxas de juros dos EUA têm efeito em emergentes, e todos os países em desenvolvimento estão sofrendo com isso. No Brasil, há o elemento adicional da condução da política fiscal, a exemplo da PEC Emergencial, que não traz contrapartidas no presente, diz Volpon. "O que está piorando o quadro comparativo é que a segunda onda veio depois e atinge o pico depois da segunda onda em outros países. Não foi sincronizado", explica. Em contraste, os investidores estão vendo uma melhora grande nos EUA e outros países desenvolvidos, enquanto por aqui ainda se discute o impacto negativo no PIB, gastos do governo e situação fiscal.

Olhando para frente, a expectativa é de avanço no processo de vacinação e ganho de tração na recuperação econômica no segundo semestre, com maior oferta de imunizantes, dado que os países desenvolvidos já terão vacinado boa parte da população. E, mesmo que vagarosamente, o programa segue em curso no Brasil. Para Volpon, alguns fatores devem ser determinantes para a recuperação, como vacinação, política fiscal e política monetária, além de superar o risco de intervenção em estatais. "Se questões caminharem de forma mais construtiva, e o quadro internacional se acomodar após o pico de inflação, isso pode abrir espaço pra recuperação mais consistente no segundo semestre", diz.

O economista explica que a apresentação da PEC Emergencial ajuda a reduzir a incerteza no mercado e isso evita um retrocesso. Mas não é suficiente para apaziguar o humor os investidores. Ele aponta que uma virada mais positiva vai depender de o pico de inflação passar no mundo. Até lá, os mercados ficam bastante nervosos e voláteis, "mas podemos ter acomodação em termos de níveis".

Em relação a intervenção em estatais, após o episódio da indicação para troca de comando na Petrobras, ele disse que já ficou claro que esse tipo de atuação não ajuda do ponto de político e espera que isso se encerre por aí. "Espero que essa ficha já tenha caído", diz. Ele destaca que este não é o ambiente para esse tipo de política. A intervenção "pode em um primeiro momento trazer impacto positivo em algum grupo de interesse, mas na economia geral traz impacto negativo", diz.

Para melhorar o ambiente, de fato, seria necessário ainda avançar na pauta de reformas, tendo em vista que algumas propostas já estão encaminhadas. Ele pontua que a pressão externa em mercados pode incentivar uma resposta positiva, em termos de avanço da agenda econômica, uma vez que elevaria o senso de urgência.

 — Foto: Reprodução
— Foto: Reprodução
Mais recente Próxima Política monetária contribuiu para desvalorização excessiva do câmbio, diz Volpon

Agora o Valor Econômico está no WhatsApp!

Siga nosso canal e receba as notícias mais importantes do dia!

Mais do Valor Econômico

Avaliada em quase R$ 48 bilhões, para colocar mais 2,75% em mercado, a Caixa Seguridade teria de fazer uma oferta de cerca de R$ 1,3 bilhão

Caixa Seguridade confirma que Caixa estuda venda de ações

A companhia estima que os custos e despesas totais relacionado à operação somem, aproximadamente, R$ 655 mil

Oncoclínicas assina protocolo para  cisões parciais com subsidiárias

A Força Nacional atua no Estado desde outubro de 2023; à época, o Ministério da Justiça informou que 300 agentes da Força Nacional e 270 da PRF ajudariam no patrulhamento

A pedido de Cláudio Castro, Lewandowski prorroga ação da Força Nacional no Rio

A oferta, aprovada pelo conselho de administração da Neoenergia em 13 de março, engloba a totalidade das ações em circulação de emissão da Neoenergia Cosern

Acionista pede nova avaliação e OPA da Neoenergia Cosern é suspensa

Renegociação é válida para agricultores em adversidades climáticas ou em dificuldades de comercialização em função de redução dos preços de mercado

CMN autoriza renegociação de dívidas de produtores prejudicados pelo clima e queda de preços

Documento foi assinado durante a primeira visita oficial do presidente da França, Emmanuel Macron, ao Brasil; ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, participou da reunião, no Palácio do Planalto

BNDES assina acordo com agência da França a fim de captar R$ 1 bilhão para 'projetos verdes'

Objetivo é promover uma suavização dos valores calculados da TR em relação aos da Taxa Básica Financeira

CMN aprova alteração na metodologia de cálculo da TR, indexador da poupança

Ao ser identificada, a irregularidade deve ser comunicada simultaneamente ao regulador e o autorregulador. Há a possibilidade de solicitar o sigilo nesses casos.

CVM elenca procedimentos que corretoras devem adotar em casos de operações irregulares

Cenário leva investidores a repensarem expectativas para o ciclo de cortes de juros nos EUA; declarações de dirigente do Fed impulsionam dólar

Ibovespa fecha em alta e dólar avança após dados mais fracos de atividade americana