• Mariana Fonseca
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Loja da Amaro (Foto: Amaro/Divulgação)

Loja da Amaro: startup de moda tem 13 lojas de experimentação, atualmente fechadas por conta da quarentena (Foto: Amaro/Divulgação)

A pandemia de Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, fez estabelecimentos de vestuário fecharem suas portas nas regiões que decretaram funcionamento apenas de serviços essenciais. A Amaro foi uma das afetadas pela quarentena.

A fashiontech une seu comércio eletrônico a 13 lojas de experimentação, com pagamento feito pelo celular ou por computadores instalados em casa ou nas unidades. Esses espaços físicos (ou guide shops) eram responsáveis por um quarto das vendas. Agora, a startup de moda tem um novo canal de vendas para enfrentar a crise do Covid-19: o WhatsApp.

Com as guide shops fechadas, a Amaro realizou treinamentos com mais de 15 gerentes e vendedores das operações físicas para usar o mensageiro. Temas como abordagem, linguagem e jornada do cliente no WhatsApp foram abordados.

Também houve workshops práticas em como acessar o perfil de compra das consumidoras e como usar uma ferramenta que projeta imagens de looks, aproximando o atendimento virtual da experiência física. As clientes autorizam o recebimento de mensagens e respondem quais tipos de conteúdo querem receber. As vendas pelo WhatsApp já existem há duas semanas e foram compartilhadas mensagens sobre bem estar, estilo de vida, dicas para o dia a dia e sugestões de visuais baseadas nas preferências pessoas das consumidoras.

A Amaro trabalha com 10 mil itens. Desde 26 de março, os funcionários oferecem dicas de moda, apresentam produtos ou apenas conversam com as clientes por meio do WhatsApp. A fashiontech usou duas bases de clientes para sua estratégia de WhatsApp: a das lojas físicas (contato ativo) e a de atendimento ao cliente (contato receptivo).

Cerca de 35 mil consumidoras já receberam contato por meio do WhatsApp. O objetivo é suprir 25% da receita das lojas físicas. Uma a cada quatro (25%) clientes da Amaro já foi alcançada por meio do contato pelo mensageiro, e a projeção de receita foi superada em 60% na primeira semana de operação pelo mensageiro.

Direto ao consumidor
A Amaro foi criada pelos empreendedores Dominique Oliver, Lodovico Brioschi e Roberto Thiele em 2012. O negócio atua no modelo direto ao consumidor (na sigla original, D2C). Fabricação e vendas são feitas pela própria marca, descartando intermediários e criando uma relação direta com as consumidoras. Exemplos famosos são a Casper (colchões) e Warby Parker (óculos).

Com a coleta em tempo real de dados, a Amaro abandona a premissa de coleções por temporada. A fashiontech lança 100 itens por semana, baseadas em informações coletadas de redes sociais, avaliações de produtos no próprio e-commerce e mapeamento de quais atributos geram mais vendas. São 150 variáveis mapeadas, da cor até o tecido que mais dá certo.

"Queremos que daqui para frente esse novo canal atue como uma sustentação do e-commerce", diz o presidente e cofundador Dominique Oliver. "Buscamos estar disponíveis em diversos canais, como uma marca centrada no consumidor. A cliente terá mais essa opção de contato com a Amaro e poderá escolher qual canal é o mais conveniente para ela". Com o WhatsApp, também se abre mais uma fonte de dados para a startup de moda.