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Kit Hope Fashion (Foto: Fabrizio Motta)

Kit Hope Fashion (Foto: Fabrizio Motta)

Quando as máscaras ainda eram um item opcional, em meados de abril, sete empresas de confecção de Santa Catarina se uniram para produzir e doar as peças da HeroMask, sob a grife social Heroyz. As mais de 60 mil que foram vendidas arrecadaram cerca de R$ 25 mil em doações para o centenário Corpo de Bombeiros Voluntários do estado. 

Além de ajudar a organização, a iniciativa manteve a confecção Beetêxtil, especializada em roupas para esportes de alta performance, que ajudou a reunir as demais confecções concorrentes. “Eu sabia que todo mundo estava passando dificuldades. Nessas horas, temos que deixar de ser competitivos para sermos colaborativos”, conta o dono da empresa, Jonas do Carmo.

Agora, mais de dois meses depois, com aprendizados da primeira ação, parte do grupo se reúne novamente, mas dessa vez para ajudar o G10 Favelas, que reúne líderes de comunidades vulneráveis em oito estados brasileiros, como Paraisópolis (SP) e Rocinha (RJ). Com a popularização das máscaras, foi preciso pensar em outro produto que também tivesse apelo e pudesse ajudar as pessoas a se se sentir seguras, em meio às reaberturas em diversas cidades.

Recentemente, a empresa Rhodia, do grupo Solvay, anunciou uma tecnologia chamada de Amni® Virus-Bac OFF. De acordo com a companhia, o fio bloqueia a contaminação cruzada entre a roupa e o usuário, evitando que a peça seja veículo de transmissão de bactérias e vírus, como influenza, herpesvírus e o novo coronavírus. A empresa ainda diz que os tecidos mantêm a prevenção durante toda a vida útil da peça, independentemente de quantas lavagens sofrer.

Kit Hope Fashion (Foto: Fabrizio Motta)

Kit Hope Fashion (Foto: Fabrizio Motta)

Assim, em parceria com a fábrica de tecidos Coltex Têxtil, que passou a utilizar a tecnologia, a iniciativa decidiu produzir roupas com esses fios. A ação é capitaneada pela plataforma de causas sociais BeCauz, dona da grife Heroyz, a Beetêxtil, a grife de moda equestre Escaramuça, para estampas e e-commerce, o fotógrafo Fabrízio Motta, a agência GasModels e a agência Nobre Press Comunicação & Propósito, para divulgação.

Batizado de Hope Fashion, o kit custa R$ 199. Já estão em produção cerca de 5 mil peças, que já estão em pré-venda e devem começar a ser enviadas no próximo dia 15 de julho. “Resolvemos fazer a pré-venda para as pessoas terem acesso ao preço. Precisamos pagar tecido, mão de obra, logística. Independentemente do número [de encomendas], vamos produzir e entregar", afirma Eduardo Borba, fundador da BeCauz.

Kit Hope Fashion (Foto: Fabrizio Motta)

Kit Hope Fashion (Foto: Fabrizio Motta)

Diferentemente das máscaras, eles sabem que as roupas podem ter uma demanda menor, a princípio. A ideia é que, com o potencial aumento das vendas, mais organizações possam ser beneficiadas. A BeCauz já aceita inscrições. “O G10 Favelas é a primeira causa que abrimos para repassar os recursos. Quanto mais nós conseguirmos vender, mais vamos repassar”, explica Borba.

Por enquanto, a Beetêxtil será a responsável pela confecção das peças, mas já prevê recrutar novamente algumas empresas parceiras, no caso de a demanda crescer. Carmo diz que teve uma diminuição nos pedidos de inverno e que agora deveria estar recebendo as demandas de verão – o que não tem acontecido. “As máscaras deram liquidez para que conseguíssemos cumprir os pagamentos e manter as pessoas. Agora, estamos à beira de uma grande iniciativa e acredito que vamos conseguir novamente.”

* Este conteúdo foi alterado. A princípio, o frete não será incluso no valor do kit