Economia

Google e Microsoft superam estimativas e ampliam ganhos com demanda por serviços digitais em alta na pandemia

Lucro da Alphabet, dona do buscador, cresceu 162%. Empresa de Bill Gates avança na computação em nuvem. Apple sofre cerco na Rússia e na União Europeia
Dona do Google supera estimativa trimestral de vendas com aumento dos gastos em publicidade Foto: Krisztian Bocsi / Bloomberg
Dona do Google supera estimativa trimestral de vendas com aumento dos gastos em publicidade Foto: Krisztian Bocsi / Bloomberg

CALIFÓRNIA - A Alphabet, empresa controladora do Google, e a Microsoft superaram as estimativas dos analistas com ganhos expressivos no primeiro trimestre do ano. Os balanços das duas empresas divulgados nesta terça-feira mostram como as gigantes de tecnologia seguem ampliando seus lucros com o maior uso de serviços digitais na pandemia.

Mas as big techs seguem na mira de autoridades em vários países por suas práticas monopolistas. Nesta terça, a Apple viu o cerco apertar na Rússia e na União Europeia.

O gigante de buscas se beneficiou de uma recuperação nos gastos com publicidade on-line, enquanto a empresa fundada por Bill Gates registrou avanço no faturamento de suas atividades na computação em nuvem.

A dona do Google anunciou nesta terça-feira que sua receita aumentou para US$ 55,31 bilhões no primeiro trimestre, contra US$ 41,16 bilhões um ano antes. Analistas esperavam US$ 51,70 bilhões.

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O lucro trimestral aumentou 162%, para US$ 17,9 bilhões, ou US$ 26,29 por ação, superando as estimativas de US$ 15,88 por ação. Os ganhos se beneficiaram de ganhos não realizados de investimentos de capital de risco e depreciação mais lenta de alguns equipamentos de data center.

Venda de anúncios no Google aumentou 32%

Os resultados favoráveis da receita são o primeiro sinal de que os serviços do Google podem manter os ganhos originados pelos bloqueios de atividades econômicas e outras restrições causadas pela pandemia e  que forçaram as pessoas a comprar e se comunicar on-line no ano passado.

As vendas de anúncios do Google aumentaram 32% no primeiro trimestre em comparação com o ano anterior. As vendas da nuvem aumentaram 45,7%, em linha com as expectativas dos analistas.

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A Alphabet também disse que seu conselho autorizou a recompra de até US $ 50 bilhões adicionais de suas ações.

Já a Microsoft  teve um faturamento  de US$ 41,7 bilhões. Os analistas esperavam receitas de US$ 41,04 bilhões no que constitui o terceiro trimestre do ano fiscal para o grupo de Redmond (Washington, oeste dos Estados Unidos), que coincide com o primeiro trimestre do ano.

O lucro líquido da Microsoft, por sua vez, atingiu US$ 15,5 bilhões, acima dos 13,5 bilhões esperados pelo mercado.

Rússia e UE apertam o cerco

Apesar dos bons resultados, a pressão sobre as chamadas big techs só aumenta. Nesta terça-feira, a Rússia anunciou uma multa de US$ 12,1 milhões contra a Apple por "abuso" de posição dominante no mercado ao dar preferência a seus aplicativos para dispositivos eletrônicos.

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"Detectamos que a Apple abusou de sua posição dominante na distribuição de aplicativos móveis no sistema operacional iOS", afirmou a agência federal antimonopólio (FAS) da Rússia em comunicado.

A agência decidiu a favor de uma denúncia apresentada pela empresa de segurança virtual Kaspersky Lab. A Apple, que pretende recorrer contra a decisão, afirmou que "respeita" o regulador russo, mas "não concorda" com a multa.

Na União Europeia, os reguladores antitruste planejam acusar ainda nesta semana a Apple de bloquear concorrentes em sua loja de aplicativos, após uma denúncia do Spotfy, segundo uma fonte familizarizada com o assunto.

A medida, a primeira acusação antitruste da UE contra a Apple, pode gerar uma multa de até 10% sobre os ganho s da empresa e mudanças em seu modelo de negócio.

A companhia sueca levou sua queixa à Comissão Europeia em 2019, afirmando que a Apple restringe seus concorrentes a sua própria plataforma, a Apple Music. Spotfy também se queixou da taxa de 30% cobrada dos desenvolvedores de aplicativos para utilizar o sistema de compras dentro do aplicativo da Apple.