Por Pedro Henrique Gomes, G1 — Brasília


O embaixador da China no Brasil, Yang Wanming, anunciou nesta quinta-feira (2) a doação para o governo brasileiro de 15 mil máscaras cirúrgicas, 5 mil roupas de proteção e outros insumos como óculos de proteção, luvas, protetores de sapato e termômetros.

A embaixada chinesa realizou uma cerimônia online para entrega do material de proteção individual para profissionais de saúde, com a presença de representantes dos ministérios da Saúde, das Relações Exteriores, da Vice-Presidência da República e de parlamentares brasileiros.

Durante a crise do coronavírus, Brasil e China tiveram atritos diplomáticos em razão de declarações sobre os chineses de integrantes e apoiadores do governo Jair Bolsonaro (leia mais abaixo).

O embaixador chinês no Brasil, Yang Wanming — Foto: Reprodução

“Desde o início do surto de covid-19, o Brasil e a China têm se mostrado solidários um ao outro”, disse o embaixador Wanming. “Hoje, estamos anunciando a entrega do primeiro lote de ajuda que a China prometeu ao Brasil”, disse.

Além da doação anunciada nesta quinta, o embaixador chinês afirmou que um lote de insumos médicos avaliado em R$ 500 mil deve ser enviado ao Brasil para, segundo a expectativa da chancelaria chinesa, serem utilizados especificamente na região amazônica. Outro lote no mesmo valor e para a mesma região já foi embarcado na China, informou o embaixador.

Representaram o governo brasileiro na cerimônia Juliano Nascimento, chefe da Assessoria Diplomática da Vice-Presidência da República; o embaixador Ruy Pereira, diretor da Agência Brasileira de Cooperação e o assessor para assuntos internacionais do ministro da Saúde, Flávio Werneck. Também participaram os deputados federais Fausto Pinato (PP-SP), da Frente Parlamentar Brasil-China; e Evair Vieira de Melo (PP-ES), representando o Comitê de Crise da Covid-19 da Frente Parlamentar do Comércio Internacional e Investimentos.

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Polêmicas do governo Bolsonaro

Parlamentares e integrantes do governo Bolsonaro criaram polêmicas em relação à China durante a crise do coronavírus.

O ex-ministro da Educação Abraham Weintraub é alvo de um inquérito, aberto pelo Supremo Tribunal Federal, que apura o suposto crime de racismo. Em abril, sem apresentar provas, Weintraub fez insinuações em uma rede social de que a China poderia se beneficiar propositalmente da crise mundial causada pela pandemia do coronavírus.

Em março, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente Jair Bolsonaro, disse que a "culpa" pela pandemia do novo coronavírus é da China. Em resposta, o embaixador chinês no Brasil exigiu um pedido de desculpas. O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Ernesto Araújo, chegou a cobrar "uma retratação" do embaixador chinês. Dias depois, o presidente Jair Bolsonaro disse em uma rede social ter conversado por telefone com o presidente da China, Xi Jinping, para trocar "informações e ações" sobre o novo coronavírus.

Na reunião ministerial de 22 de abril, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que a China "é aquele cara que você sabe que tem que aguentar".

Em junho, o embaixador Yang Wanming afirmou que os "críticos contumazes" da relação entre os dois países deveriam pensar "a longo prazo".

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