Por G1 PB


Ministério Público emite orientações para retomada de aulas presenciais na Paraíba — Foto: Reprodução/TV Paraíba

O Ministério Público da Paraíba (MPPB) elaborou uma nota com sugestões de estratégias para a retomada gradual e segura das aulas presenciais nas unidades de ensino públicas e privadas da Paraíba durante a pandemia de Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus. As atividades presenciais da rede estadual de ensino estão suspensas no estado desde o dia 19 de abril.

O documento foi elaborado pelo Centro de Apoio Operacional às Promotorias de Justiça de Defesa da Criança e do Adolescente e da Educação. O órgão reconhece que não é o momento de reabrir creches, escolas, faculdades e universidades no estado, por causa da complexidade dos protocolos sanitários necessários e à dificuldade de operacionalização para serviços com grande aglomeração de pessoas.

No entanto, acredita que é preciso que os gestores planejem esse processo, que requer a preparação física das escolas, a capacitação dos profissionais da educação e até a orientação aos alunos e pais, quanto à prevenção da disseminação do coronavírus.

Durante uma transmissão feita em uma rede social na internet nesta segunda, o secretário estadual de educação, Cláudio Furtado, informou que ainda não há previsão para retomada das aulas e que é necessário aguardar o posicionamento das autoridades em saúde para debater o assunto. O retorno das aulas presenciais também não faz parte do plano de retomada de atividades, apresentado pelo governador João Azevêdo na última sexta-feira (12).

Medidas que devem ser adotadas:

  • Criação de turmas menores;
  • maior espaçamento entre os estudantes;
  • intervalos para turmas em horários intercalados;
  • horários de entrada e saída escalonados para evitar aglomeração;
  • uso da educação remota para alternar a presença física de turmas na escola;
  • oferta de álcool em gel nas salas e corredores;
  • sabão e água nos banheiros;
  • incentivo a hábitos de higiene e
  • incentivo ao uso de máscaras, que deverão ser trocadas, no máximo, a cada quatro horas.

Diretrizes para reabertura

A orientação do MPPB diz que o Conselho Estadual de Educação da Paraíba, com apoio da Secretaria de Estado de Educação, deve apresentar um estudo com as diretrizes que deverão orientar os sistemas de ensino público e privado quanto à retomada das atividades desenvolvidas nas unidades escolares. O documento poderá servir também para orientador as redes municipais de ensino, considerando suas peculiaridades.

A orientação ministerial diz ainda que a retomada gradual das aulas presenciais em escolas, faculdades e universidades só deve acontecer após a adoção de protocolos e planos de contingenciamento e de proteção, que deverão ser elaborados com a participação dos conselhos, da comunidade escolar, dos profissionais e colaboradores da educação. Esses planos devem ser reavaliados e monitorados periodicamente.

Reparação de prejuízos causada pelo ensino remoto

Segundo o MPPB, as escolas devem se preparar para reparar as desigualdades educacionais desencadeadas pelo ensino remoto como falta de acesso à internet ou equipamentos eletrônicos. No retorno das aulas programas de recuperação de aprendizagem deverão ser desenvolvidos.

“O ensino não presencial envolve esforço de mitigação do retrocesso do processo educacional e da aprendizagem, do abandono e aumento da evasão escolar. Implica em redução de danos. Mesmo que se estruturem cuidadosamente ações de ensino remoto, a suspensão temporária das aulas presenciais certamente criará lacunas significativas no aprendizado dos estudantes”, argumentou a promotora de Justiça, Juliana Couto.

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