Plano de legado olímpico para os próximos dois anos é apresentado
Parte do custo da Olimpíada do Rio de Janeiro foi divulgada nesta quarta-feira, no Velódromo, com a sexta e última versão da Matriz de Responsabilidade, documento que enumera as obras das arenas construídas ou reformadas para a competição. Este valor, segundo a Autoridade de Governança do Legado Olímpico (Aglo), ficou em R$ 7,23 bilhões, R$ 137 milhões a mais do que a versão anterior, divulgada em agosto do ano passado durante a Olimpíada. Esta diferença se refere aos custeios de água e luz durante a competição. Dessa forma, o custo da Olimpíada chega a R$ 41,03 bilhões. Além da Matriz, esse número é composto pelos gastos com a organização pelo Comitê Rio 2016, R$ 9,2 bilhões, e pelo Plano de Políticas Públicas, que incluí obras indiretamente ligadas aos Jogos, como linha 4 do metrô, Porto Maravilha e BRT.
Custo dos Jogos (por enquanto):
Matriz de Responsabilidade: R$ 7,23 bilhões
Políticas Públicas: 24,6 bilhões
Comitê Rio 2016: R$ 9,2 bilhões
Total: 41,03 bilhões
Matriz de Responsabilidade:
Iniciativa privada:- 57,6%
Governo Federal: 31,9%
Governo Municipal: 10,4%
Governo Estadual: 0,1%
A Matriz de Responsabilidade deveria ter sido entregue em dezembro do ano passado pela Autoridade Pública Olímpica (APO), extinta em março. A autarquia, que reunia os dados da Prefeitura do Rio, do governo estadual e da União, teve dificuldades para chegar ao número final depois das saídas da Prefeitura, em setembro, e no Estado, em dezembro. Os números deveriam ter sido aprovados pelo Conselho Público Olímpico (CPO), composto por um representante de cada poder. O CPO ficou resumido a apenas à empresária Luiza Trajano, indicada pela ex-presidenta Dilma Rousseff. Com a mudança de gestão no poder municipal o trabalho ficou ainda mais complicado, e a APO precisou acessar dados do Portal da Transparência da Prefeitura para finalizar o documento.
Plano de legado
Um novo plano de legado também foi apresentado pela Aglo. Coube ao Ministério do Esporte assumir as instalações do Parque Olímpico e de Deodoro, cuidando da manutenção e da utilização das instalações e buscar parcerias privadas, missão que a Prefeitura falhou no ano passado. No Parque Olímpico estão o Velódromo, o Centro de Tênis e as Arenas Cariocas 1 e 2 e a previsão de gastos anuais é de R$ 45 milhões. Em Deodoro, o Centro de Tiro Esportivo, de Pentatlo Moderno, de Hipismo, de Hóquei e a Arena de Deodoro. A manutenção anual é de R$ 35 milhões. As formas de ocupação vão desde treinamentos, projetos e competições esportivas, eventos e projetos sociais.
Em fevereiro e maio, foram disputadas duas competições de vôlei de praia no Centro de Tênis: Gigantes da Praia e uma etapa do Circuito Mundial. Por enquanto estão confirmados apenas mais seis competições esportivas, como o campeonato estadual de tênis e um torneio de jiu jitsu.
Dentre as instalações que serão desmontadas, uma piscina do Estádio Aquático vai para Salvador, e outra para a Escola de Educação Física do Exército. Em relação à Arena do Futuro, que seria desmontada para a construção de quatro escolas, a subsecretária Municipal de Esporte da Prefeitura, Patrícia Amorim, afirmou que a Prefeitura, responsável pela obra, vai priorizar por enquanto a reforma de escolas já existentes.
Procurador do Ministério Público Federal, Leandro Mitidieri, levantou dúvidas se o plano é definitivo, já que era uma cobrança do Tribunal de Contas da União e do MPF. Em 2015, faltando um ano para os Jogos, a Prefeitura havia anunciado um planejamento em meio a desentendimentos com o Ministério do Esporte.
- Nosso plano de legado é definitivo, mas constante - disse o presidente da Aglo, Paulo Márcio.