14/04/2016 14h21 - Atualizado em 14/04/2016 14h23

Arquivo N lembra os 20 anos do massacre de Eldorado dos Carajás

Vítimas eram camponeses do Movimento sem Terra.
Quase 70 pessoas ficaram feridas e 22 morreram.

No dia 17 de abril de 1996, 155 policiais militares promoveram um dos maiores massacres contra camponeses do Movimento sem Terra, que acampavam na beira da estrada PA-150, na região de Carajás, no Pará.

Quase 70 pessoas ficaram feridas e 22 morreram. Os mortos apresentavam marcas de pólvora em volta dos furos das balas, indicando tiros à queima-roupa. Outros foram mutilados com facões e foices. O episódio que chocou o mundo ficou conhecido como o massacre de Eldorado dos Carajás - e é também lembrado como um exemplo de impunidade.

“A partir do momento que os policiais entraram na pista e vinham em todas as direções, os tiros vinham em todas as direções -- os sem-terra atirando, a polícia atirando com fuzis e metralhadoras -- eu vi que a gente estava assim, perdido mesmo”, conta Marisa Romão, repórter que cobriu o episódio.

O ocorrido foi considerado o resultado mais contundente de uma ação violenta do Estado contra um grupo de manifestantes. Segundo líder do Movimento dos Sem Terra, em entrevista na época, os policiais roubaram alimentos, destruíram medicações e documentos foram queimados, com o objetivo de prejudicar também aqueles que sobreviveriam ao acontecimento.

A TV Liberal do Pará enviou imagens brutas, impressionantes do dia do atentado. Foram entrevistados os repórteres Marcelo Canellas que cobriu o massacre na época. Confira em vídeo as imagens da repórter Marisa Romão tentando conter a violência policial.
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