Notas de dólar — Foto: Reuters/Dado Ruvic
O dólar fechou em queda nesta quarta-feira (14), num dia amplamente favorável a ativos de risco no exterior e com o mercado de olho em ingressos de recursos oriundos da venda de debêntures da Vale.
A moeda norte-americana recuou 0,80%, a R$ 5,6704. Veja mais cotações.
Na terça-feira, o dólar fechou em queda de 0,08%, a R$ 5,7161. No acumulado do mês, a alta é de 0,76%. No ano, o avanço é de 9,32%.
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Cenário
A sessão transcorreu sem novidades definitivas sobre a novela do Orçamento, mas ainda contou com notícias acerca das saídas buscadas pelo governo para acomodar gastos.
"Malabarismos fiscais vêm sendo aventados para acomodar emendas parlamentares e gastos emergenciais de combate aos efeitos da pandemia. Esses expedientes tendem a enfraquecer a efetividade das regras fiscais enquanto mecanismos capazes de inibir incertezas", destacou a equipe da LCA Consultores.
Sem ainda ter desatado o nó do Orçamento deste ano, o governo entrega na quinta-feira a LDO de 2022, que apresentará os parâmetros da peça orçamentária do ano que vem.
Na semana passada, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, reconheceu que a aprovação do Orçamento, com corte de gastos obrigatórios e aumento de emendas parlamentares, criou uma incerteza no mercado financeiro.
Segundo a agência Reuters, à parte de questões fiscais, o mercado doméstico comentou a precificação da oferta pública de distribuição secundária de debêntures participativas da Vale, cujo valor total foi fixado em R$ 11,47 bilhões. A expectativa é que boa parte desse valor tenha ficado com estrangeiros, um sinal de potencial fluxo de entrada de recursos.
As ações globais bateram novos recordes, e as commodities saltavam 2,3%, para máximas em quase um mês.
"Há sinais fortes de que aquela alta dos rendimentos dos Treasuries ficou para trás", disse Luciano Rostagno, estrategista-chefe do banco Mizuho.
A taxa do Treasury de dez anos - referência global para investimentos - mostrava estabilidade nesta quarta-feira, em torno de 1,63%, bem distante da máxima em 14 meses próxima de 1,78% alcançada no fim de março.
A escalada dos rendimentos eleva a atratividade do dólar e ajudou a valorizar a divisa norte-americana, que no exterior teve em março o melhor mês desde novembro de 2016..
Variação do dólar em 2021 — Foto: Economia G1