Política

Presidente do Congresso decide cancelar recesso parlamentar para enfrentar pandemia de coronavírus

Segundo aliados de Davi Alcolumbre, Lei de Diretrizes Orçamentárias não será votada para que trabalhos continuem
Sessão remota do Congresso Nacional Foto: Jefferson Rudy / Agência Senado
Sessão remota do Congresso Nacional Foto: Jefferson Rudy / Agência Senado

BRASÍLIA — O presidente do Congresso Nacional, Davi Alcolumbre (DEM-AP), anunciou nesta segunda-feira que o recesso parlamentar, previsto para o mês de julho, será cancelado. Segundo nota divulgada pela assessoria do senador, a medida foi tomada após reunião com parlamentares "em razão da pandemia da Covid-19 no País".

A Constituição prevê dois períodos para a suspensão dos trabalhos: de 23 de dezembro a 1º de fevereiro e de 17 a 31 de julho. O artigo 57 da Carta traz exceções para que os parlamentares possam trabalhar no período de descanso.

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Caso não haja a votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), as sessões continuam a ser realizadas. Segundo aliados do presidente do Senado, esta será a regra observada para que Câmara e Senado continuem a funcionar. A LDO, portanto, não deve ser votada antes de agosto.

Também há outras duas hipóteses para convocação extraordinária. A Constituição diz que pode ser realizada por presidentes da República, da Câmara ou do Senado "em caso de urgência ou interesse público relevante", mas "com a aprovação da maioria absoluta de cada uma das Casas do Congresso Nacional".

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Além disso, a convocação pode ocorrer a pedido do presidente do Senado "em caso de decretação de estado de defesa ou de intervenção federal, de pedido de autorização para a decretação de estado de sítio e para o compromisso e a posse do Presidente e do Vice-Presidente da República".

Segundo a presidente da Comissão de Constituição e Justiça do Senado, Simone Tebet (MDB-MS), o recesso parlamentar "nunca foi uma opção", no contexto da pandemia.

"Recesso nunca foi uma opção. Só deixamos claro o que é nosso dever e nossa obrigação. Trabalhar sem trégua, nem dia, nem hora. Vamos enfrentar uma crise humanitária de proporções mundiais, o que vai exigir união. O isolamento não impede o cumprimento integral do nosso dever coletivo, quando o coletivo exige de nós, muito mais que antes, o despreendimento individual", afirmou.

O GLOBO procurou a presidência da Câmara para falar sobre o assunto, mas não obteve resposta até o momento.