O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) disse nesta terça-feira que tenta construir um acordo para iniciar os debates da reforma administrativa ainda este ano. Não há consenso para instalar a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que deveria analisar a proposta, porque há uma briga entre os partidos sobre a presidência das comissões.
Sua ideia é anexar a PEC da reforma enviada pelo governo a outra já aprovada pela CCJ e passar direto para uma comissão especial. Deste modo, ele continuaria a influenciar nessa pauta mesmo após deixar o cargo em fevereiro, já que o relator e o presidente da comissão costumam ser indicados pelo presidente da Casa.
Com esse poder, Maia poderia escolher pessoas de seu grupo para essas funções, responsáveis por conduzir os trabalhos e fazer as negociações com o governo e os partidos. O presidente da Câmara é de uma ala autodeclarada mais independente em relação ao Executivo e está em conflito com o grupo encabeçado pelo líder do PP, Arthur Lira (AL), pré-candidato à sucessão na Casa e mais governista.