Brasil
Group CopyGroup 5 CopyGroup 13 CopyGroup 5 Copy 2Group 6 Copy
PUBLICIDADE

Por Edna Simão e Mariana Ribeiro, Valor — Brasília


O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que a reforma tributária tem que ser feita esse ano e a ideia da equipe econômica é que seja fatiada. “A reforma que queremos conversa com a Câmara e o Senado, mas é minimalista”, frisou em live promovida pelo Jota.

Ele repetiu que a reforma tributária do governo não vai aumentar impostos e, por isso, defendeu que seja feita em fases. Para Guedes, isso é necessário para não “cair na armadilha de IVA conjunto, que é acima de 30%”. “Não podemos nem pensar em passar 20% [no IVA]”, disse.

Sobre IPI, o ministro disse que ele atinge os mais pobres e que o ideal seria acabar com esse tributo e ter um outro sobre transações. “Quando viemos com esses impostos, foram interditados pela Câmara; recuamos”, disse.

Guedes voltou a comparar a cobrança de TED feita pelos bancos ao imposto sobre transações, defendido pela equipe econômica. Segundo o ministro, os bancos estavam atacando muito o imposto sobre transações quando na verdade cobram esse imposto, só não queriam dividir.

Para o ministro, as transações digitais estão no coração de toda conversa sobre impostos hoje. “Na OCDE essa é a conversa”, afirmou. “A lenda [no Brasil] é que ele era a velha CPMF”, alegou.

O ministro destacou ainda que a proposta do governo é de reduzir o imposto de renda pessoa jurídica e aumentar sobre dividendos. “Queremos fazer passaporte tributário para reduzir contencioso; já começamos isso com transação”, disse ainda.

Ele acrescentou que ainda virão medidas como atualização do valor dos imóveis. “Você compra imóvel aí que está há 20 anos subindo de valor, um dia você paga 15% sobre ganho de capital”. O assunto vai tramitar no Congresso Nacional. “Não é melhor atualizar isso um pouco e pagar extraordinariamente 3% ou 4% e atualiza o valor?”, disse, acrescentando que isso não é antecipação e receita, mas apenas uma atualização de valor.

Pandemia

Guedes repetiu que a prioridade do governo é vacinação em massa, que tem efeito sobre taxa de mortalidade e emprego. Ele disse ainda que as empresas vão ter que partir agora para comprar vacina e ajudar o governo.

Ele reforçou que a Pfizer diz que vai conseguir 100 milhões de vacinas até setembro. Dessa forma, o país alcançaria algo próximo de 500 milhões de vacinas. “Importante é vacinar”, contou. “Vamos usar o SUS, mas também rede de farmácia, clínicas, todo mundo”, reforçou.

O ministro disse ainda que o funcionalismo deu sua contribuição para a crise e “muita gente reclama e diz que tem que cortar em 25% o salário, não tem que cortar”. Segundo ele a reforma administrativa, vai andar bem.

Guedes destacou também que a agenda de abertura da economia será retomada e deverá haver novidades na área na próxima semana.

Ainda acrescentou que, “se a pandemia continuar conosco, aí temos que falar de novo do auxílio emergencial lá na frente”.

Por enquanto, com a aprovação da PEC Emergencial e publicação de medida provisória, que prevê a renovação do auxílio, o governo vai pagar o benefício – que vai variar de R$ 150 a R$ 375, dependendo da composição familiar – por mais quatro meses.

“Se pandemia for embora, acaba auxílio e quem está lá talvez entre no Renda Brasil”, disse Guedes. Segundo ele, o governo pretende criar o Renda Brasil e a carteira [de trabalho] verde amarela.

O ministro reconheceu que a situação do país é crítica e alegou que o governo trabalha da melhor maneira possível. “Está acontecendo muita coisa ruim, morrendo muita gente. Podíamos estar fazendo melhor, mas estamos dando o nosso máximo”, destacou.

Ele reforçou que saúde e economia andam juntas e voltou a dizer que é "demissível" em 30 segundos: “mas você também pode decidir sair em 30 segundos”. “Quando você aceita convite está confiando em quem fez o convite e a pessoa confia em você”, disse.

Guedes destacou que não pensa sobre sair ou não do governo. “Penso que o presidente confia em mim e Congresso apoia [as reformas]”, disse. E disse que as reformas estão andando. “Como é que ajudo mais o Brasil? Saindo porque sou um liberal raiz e houve ameaça de intervenção em uma empresa ou ficando e ajudando a agenda?”, questiona. “Não vou sair no grito, não adianta ofender; estou mais preocupado com 200 milhões de brasileiros que com militantes que ficam atacando e inventando narrativas”, disse.

 — Foto: Pablo Jacob/Agência O Globo
— Foto: Pablo Jacob/Agência O Globo
Mais recente Próxima Guedes: Governo quer pagar auxílio emergencial ainda em março, mas pode ficar para abril

Agora o Valor Econômico está no WhatsApp!

Siga nosso canal e receba as notícias mais importantes do dia!

Mais do Valor Econômico

Questões podem gerar controvérsia na proposta de regulamentação da reforma tributária sobre consumo

Entenda como a reforma tributária pode ter impacto no plano de saúde e no celular corporativo

Gabriela Salerno e Mônica Gurvitz, sócias do escritório Montaury Pimenta, Machado & Vieira de Mello , comentam neste artigo sobre as patentes como ferramenta para impulsionar a inovação no campo da sustentabilidade

Patentes Verdes: inovação sustentável impulsionando o futuro

Alessandra Costa, diretora de Sustentabilidade da Manserv, destaca neste artigo que empresas precisam implementar uma área específica responsável pela inteligência de suprimentos, atuando na governança dos fornecedores

Sustentabilidade na cadeia de fornecimento é requisito para aumentar a competitividade e gerar impactos socioeconômicos

Contratações pelo poder público devem obedecer nova regulamentação

Nova Lei de Licitações já está valendo. Veja o que mudou

O colunista Sergio Chaia escreve sobre um problema que vem se alastrando por todos os níveis hierárquicos das companhias

Como se vacinar para a maior pandemia do mundo corporativo

Além de consultora na América Latina da Fireblocks e da Hashdex, Nicole Dyskant está à frente de seu escritório, o Dyskant Advogados, e trabalha para aumentar a presença de mulheres no mercado financeiro

‘Faço um trabalho para a indústria como um todo’, diz advogada que trabalha por políticas regulatórias globais de criptoativos

Fórmula 1 nunca mais foi a mesma depois que o maior ídolo brasileiro do automobilismo perdeu a vida num acidente em San Marino

30 anos sem Ayrton Senna: como o piloto se tornou o esportista brasileiro de maior projeção internacional após Pelé

Pesquisas mostram que o interesse de compra por algum produto aumenta cerca de 60% no Brasil se for associado a algum elemento da história do piloto, diz sobrinha

Startups globais buscam oportunidades de negócios no país com soluções sustentáveis

Tecnologia é aposta para mitigar danos ambientais

Inteligência artificial avança e traz oportunidades de negócios para o país em diversas áreas, inclusive por sua matriz energética majoritariamente limpa, enquanto regulação e combate às fake news se mantêm como desafios

Brasil no mapa da IA