Brasil e Política

Por Gabriel Vasconcelos e Alessandra Saraiva, Valor — Rio

Entre as 2,74 milhões de empresas que permaneciam em funcionamento no país até 15 de junho, 34,6%, ou cerca de 948,8 mil empresas, promoveram redução no quadro de funcionários, estima o Instituto Brasileiro de Pesquisa e Estatística (IBGE).

O dado integra a primeira edição da pesquisa Pulso Empresa, divulgada na manhã desta quinta-feira e que mede o impacto da Covid-19 no setor empresarial.

O levantamento parte de questionários realizados com 2.023 empresas e extrapola resultados para o cadastro geral do IBGE, que tem hoje cerca de 4 milhões de empresas registradas. Desse total, informa o IBGE, 1,3 milhão teriam encerrado ou paralisado suas atividades até a primeira metade de junho.

Das empresas que seguem abertas, diz o instituto, 3,8% experimentaram aumento no número de funcionários e 61,2% não viu mudanças em seus contingentes.

Entre as que optaram pelos cortes, 356 mil negócios (37,6%) diminuíram menos de 25% da força de trabalho.

Outras 307 mil empresas (32,4%) cortaram entre 26% e 50% do pessoal e 282 mil (29,7%) cortaram mais da metade de seus funcionários. Entre empresas médias, com número de empregados entre 50 e 499 pessoas, 45,4% disseram terem realizado demissões, seguida de empresas grandes (mais de 500 empregados), entre as quais 37,2% teriam reduzido pessoal.

Nesse sentido, as empresas pequenas foram as menos impactadas, com 34,4% diminuindo o corpo de funcionários. Em contrapartida, essa última faixa teve um índice de interrupção (15,1%) ou fechamento (17,8%) muito superior aos registrados entre empresas maiores. Além disso, também se destacam na intensidade dos cortes: mais de 63% delas cortaram mais de um quarto da equipe.

Assim, menos pequenos negócios que resistiram mudaram seu quadro funcional - mas esta faixa tomou medidas mais drásticas, como fechamento ou cortes maiores, informou o IBGE.

Construção tem maior número de empresas demitindo

A construção foi o setor que teve o maior número de empresas (45,2%) realizando cortes durante a pandemia, até 15 de junho, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em seguida, surgem comércio (35,2%) e serviços (33,8%). Na indústria, 29,8% das empresas acusaram algum corte de pessoal.

Na intensidade dos cortes, porém, o destaque negativo é o setor de serviços: quase a metade (44,4%) dos cortes foram superiores a 50% do pessoal. Em todos os outros setores, esse tipo de corte fica igual ou abaixo a um quarto do corpo de funcionários.

A construção também lidera o ranking de quem mais realizou alguma contratação (11,7%), seguida pelos subsetores de comércio de veículos e autopeças, serviços prestados às famílias (7,3%) e transportes (6,5%).

Segundo o coordenador de pesquisas conjunturais em empresas, Flavio Magheli, contratações ou resistência a demissão em alguns no período pesquisado se devem à "abertura difusa" da economia em todo o país já em junho, que levou a um resgate da demanda.

Em termos regionais, mostrou o IBGE, os maiores percentuais de empresas que cortaram pessoal na crise até 15 de junho estão no Nordeste (41%) e no Sudeste (36%). As outras três regiões têm índices girando entre 27% e 30%. A única região que registrou porcentagem expressiva de empresas contratando, 16%, foi o Norte do país.

(Com conteúdo publicado originalmente no Valor PRO, o serviço de notícias em tempo real do Valor)

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