Saúde Vacina

Governo está na iminência de fechar novo acordo por 100 milhões de doses da Pfizer, diz Queiroga

Após 14 meses de pandemia, ministro da Saúde afirmou que governo 'quer testagem dos brasileiros, medidas para apoiar transporte público e política de quarentena'
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, em evento na sede da Fiesp Foto: Reprodução
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, em evento na sede da Fiesp Foto: Reprodução

SÃO PAULO — O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou nesta segunda-feira (3) que o governo federal está "na iminência" de fechar um novo contrato com Pfizer para a compra de mais 100 milhões de doses da vacina contra o coronavírus. Atualmente já existe um acordo para a aquisição de 100 milhões de doses até setembro. Procurado, o Ministério da Saúde informou que o acordo deve ser assinado até a próxima semana.

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Este segundo acordo, diz Queiroga, prevê a entrega de 35 milhões de doses só no mês de outubro. O ministro afirmou que espera vacinar metade da população com o imunizante da Pfizer em 2021. A declaração foi feita num evento na sede da Fiesp, em São Paulo.

— Um novo contrato com a Pfizer está na iminência de ser fechado para 100 milhões de doses da vacina. Ou seja, o Brasil terá à disposição 200 milhões de doses do imunizante da Pfizer. Isso equivale a imunizar cerca da metade da sua população ainda este ano, porque esse segundo contrato prevê para outubro 35 milhões de doses da Pfizer — declarou Marcelo Queiroga.

A vacina da Pfizer foi a primeira a receber registro definitivo no país, em fevereiro. O primeiro lote do imunizante, de um milhão de doses, chegou ao Brasil na última quinta-feira. O resultado do ensaio clínico, divulgado no fim do ano passado, detectou eficácia de 95% contra a Covid-19.

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O imunizante da Pfizer exige armazenamento em temperaturas mais baixas do que os dois outros já utilizados atualmente no país (CoronaVac e AstraZeneca/Oxford).

Marcelo Queiroga também afirmou nesta segunda que o governo federal quer ampliar a testagem dos brasileiros e mencionou a necessidade de uma "política de quarentena". O país convive com a pandemia de coronavírus desde março de 2020, mas, no entanto, até agora não há uma coordenação nacional para esses dois tipos de medida.

O ministro defendeu uma estratégia para implementar medidas de combate à pandemia nos transportes públicos. Ele afirmou que a lotação em ônibus, metrô e aviões contribuem para a circulação do vírus. Sugeriu também pensar numa política própria para funcionários de hospitais usarem veículos específicos para trabalhar, a fim de evitar passar por aglomerações no transporte público.

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— Vamos ver como é que se pode apoiar o setor do transporte. Como seria uma política de testagem? Aqui já peço a contribuição dos senhores. Faz um teste rápido, se dá positivo, o sujeito vai lá e fica isolado, bem como as pessoas com quem ele teve contato, e aí tem uma política para essas quarentenas. Se dá negativo, o indivíduo vai trabalhar — disse, sem dar maiores detalhes.

Como publicou O GLOBO nesta segunda-feira, a redução da frota de ônibus e metrô em diversas cidades ampliou o risco de contaminação para quem depende do transporte público para trabalhar. Um ano após o início da crise sanitária, veículos públicos seguem lotados nas capitais brasileiras e expõem falhas do modelo de financiamento dos modais.