Por Jornal Nacional


Número de infectados no ES é quase nove vezes maior do que o oficial, diz pesquisa

Número de infectados no ES é quase nove vezes maior do que o oficial, diz pesquisa

Uma pesquisa da Secretaria de Saúde do Espírito Santo concluiu que o número de infectados no estado é quase nove vezes maior do que o oficial.

Os moradores de um apartamento já tiveram a Covid e estão curados. Mas a doença está tão perto: é que eles moram na frente do hospital que é referência no tratamento no Espírito Santo.

"Choro. Choro bastante, porque dá para escutar daqui o sofrimento dessas famílias e a gente fica aqui e não dá para fazer nada. Se as pessoas passassem um dia aqui nessa varanda, elas iam ver que não é brincadeira. Essa doença pega mesmo e não é bonito, não”, conta uma moradora.

Em maio, o governo do Espírito Santo estimava que cerca de 2% da população do estado pegaram o coronavírus. Agora, essa estimativa saltou para mais de 9%. Esses cálculos estão baseados em um estudo chamado de inquérito sorológico. É uma pesquisa que faz testes e entrevistas nas casas dos moradores.

Foram 26 mil testes. A pesquisa foi dividida em quatro etapas: a primeira foi em maio e a última terminou semana passada. Ao comparar os dados de cada etapa, o governo consegue avaliar como a pandemia está avançando.

"Eu posso afirmar que o inquérito sorológico feito no estado do Espírito Santo proporcionalmente representou o maior inquérito sorológico feito no país, no que se refere ao tamanho da amostra da população", diz Nésio Fernandes, secretário estadual de Saúde do Espírito Santo.

A pesquisa mostrou que 386 mil capixabas tiveram contato com o vírus. É quase nove vezes mais que os números oficiais. A incidência da doença é maior nas residências onde moram mais de quatro pessoas. O sintoma mais relatado foi a perda do olfato e, entre as pessoas contaminadas, 42% pegam ônibus quase todo dia.

"Passam acima de 30 minutos no transporte coletivo e fica no transporte coletivo no mínimo quatro vezes por semana. Então, isso indica para a gente que essas pessoas positivas estão circulando em transporte coletivo", explica Ethel Maciel, doutora em epidemiologia.

Segundo o governo, o estudo reforça que não é hora de relaxar no isolamento social. Nos hospitais, continua crescendo o número de internações. Erlan ficou 14 dias na UTI, mas recebeu alta e não perdeu tempo para fazer um pedido.

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