Por G1 Campinas e Região


Novo mapa da quarentena: 27 de julho a 10 de agosto mostra região de Campinas na fase 2 - laranja — Foto: Arte-Governo de SP

O Departamento Regional de Saúde de Campinas (DRS-VII) conseguiu obter taxa de ocupação de leitos de UTI para Covid-19 em 78,3%. Sendo assim - abaixo de 80% -, foi reclassificado para a fase 2 - laranja do Plano São Paulo. O anúncio foi feito pelo governo estadual na tarde desta sexta-feira (24).

Na cidade de Campinas (SP), a prefeitura informou que vai retomar o funcionamento do comércio com restrições a partir de segunda-feira (27). O prefeito Jonas Donizette (PSB) vai publicar no sábado (25) um decreto com regras para a reabertura, inclusive com permissão para igrejas.

Em relação ao restante do estado, houve, no geral, uma melhora nos números de casos, internações e mortes. Além da DRS-VII, outras duas regiões que estavam na fase vermelha também passaram para a laranja, e nenhuma região regrediu desta vez. A oitava quarentena em SP vai de 27 de julho a 10 de agosto.

A DRS-VII compreende 42 municípios. No caso das cidades de Espírito Santo do Pinhal, Estiva Gerbi, Itapira, Mogi Guaçu, Mogi Mirim e Santo Antônio do Jardim, que pertencem à regional de saúde de São João da Boa Vista e fazem parte da área de cobertura do G1 Campinas, também continuaram na fase laranja na atualização desta quinta-feira.

Retomada em Campinas

A cidade, que está há 32 dias com os serviços não essenciais fechados, chegou a 15.629 casos e 618 mortes por novo coronavírus nesta sexta.

A avaliação da prefeitura é que a cidade chega na fase laranja em melhor situação do que em 22 de junho, quando o Executivo decidiu fechar o comércio não essencial.

Secretário de Saúde de Campinas, Carmino de Souza disse que o Departamento Regional de Saúde de Campinas (DRS-7) está com índices das fases amarela ou verde em quatro dos cinco critérios do Plano São Paulo. A fase laranja foi definida por conta da ocupação dos leitos de UTI Covid-19, que está em 78,3%.

No entanto, Souza pondera que a população tem que continuar com os cuidados necessários, como uso de máscaras, higiene rigorosa e proibição de aglomerações. "É fundamental que a gente mantenha os cuidados. Tudo que voltar vai ter que voltar com bastante cuidado".

Prefeitura anuncia retomada do comércio a partir de 27 de julho em Campinas — Foto: Fernanda Sunega

Reabertura do comércio

O secretário Municipal de Assuntos Jurídicos, Peter Panutto, explicou que o decreto vai permitir a abertura das lojas de ruas e dos shoppings por quatro horas diárias. O horário de funcionamento será de 12h às 16h de segunda à sexta e de 9h às 13h aos fins de semana.

Todos os estabelecimentos devem funcionar com 20% da capacidade, além de seguir o protocolo de higiene e garantir álcool gel para funcionários e clientes.

Seguem proibidos de abrir para receber clientes os bares e restaurantes, salões de beleza, academias, teatro e cinema. No caso dos serviços de alimentação, as empresas podem funcionar com delivery e drive-thru.

Nos shoppings, que vão abrir de 16h às 20h, não poderão funcionar as atividades culturais e de lazer, praça de alimentação, serviços de vallet. As regras são semelhantes às usadas na reabertura que ocorreu entre 8 e 22 de junho.

"Os estabelecimentos que não cumprirem as regras estabelecidas ficam sujeitos a multa de R$ 1.446,44. Em caso de reincidência, a multa dobra. E na terceira, o estabelecimento poderá ser fechado enquanto durar a quarentena", informou, em nota, a prefeitura.

Jonas Donizette, prefeito de Campinas, e Carmino de Souza, secretário municipal de Saúde — Foto: Reprodução/EPTV

Igrejas

Apesar de decisão judicial que impede a abertura de templos religiosos, a prefeitura anunciou que vai liberar as atividades religiosas com a recomendação de que os cultos continuem virtuais. As regras incluem o uso de máscara e a proibição da presença de fiéis com mais de 60 anos.

A avaliação da administração municipal é que houve uma interpretação equivocada da Justiça e, por isso, ofereceu recurso.

Sem multa sobre uso de máscaras

O prefeito também informou, durante a transmissão por rede social nesta sexta-feira, que não vai aplicar multa para pedestres flagrados sem máscaras. A prefeitura chegou a avaliar a possibilidade, mas Jonas confirmou que a cidade segue com a prática da multa moral.

"Quando a gente vai tomar uma decisão a gente pensa, avalia, e eu não vou aplicar multa financeira. Não me sinto confortável, no momento que a população está vivendo, de mexer no bolso das pessoas. Vou persistir um pouco mais [na multa moral]", explicou Jonas.

A prefeitura vai adicionar à multa moral é um vídeo de 30 segundos a um minuto que poderá ser mostrado pelo fiscal para mostrar aos pedestres sem máscaras a gravidade da doença.

Barreiras sanitárias na Rua 13 de Maio

Considerado o "calcanhar de Aquiles" da aglomeração, a Rua Treze de Maio, principal corredor comercial de Campinas, terá três barreiras sanitárias a partir de segunda-feira (27). Um deles ficará próximo à Catedral Metropolitana, outro na esquina com a Avenida Senador Saraiva e a última perto da entrada do Terminal Metropolitano.

A força-tarefa será feita por bolsistas do Programa Juventude Conectada, com apoio da Setec e Guarda Municipal. Segundo a secretária de Desenvolvimento Econômico, Alexandra Caprioli, moradores sem máscara não vão poder passar. Os três pontos também terão totens de álcool em gel.

"Vai ser uma abordagem mesmo. É uma forma da gente conscientizar a população de que ela tem um papel nesse processo de que a gente quer abertura, mas com responsabilidade, de forma contínua", explicou a secretária de Desenvolvimento Econômico.

Na primeira retomada, que ocorreu entre 8 e 21 de junho, houve aglomeração por diversos dias no corredor comercial.

Comércio fechado há 32 dias

A cidade ficou com o comércio não essencial fechado entre 23 de março a 7 de junho. Após 76 dias, lojas de rua e dos shoppings funcionaram por duas semanas seguidas antes da prefeitura decidir, novamente, suspender as atividades.

A nova suspensão, em 22 de junho, ocorreu por conta da pressão na oferta de leitos de UTI para Covid-19 e pela recomendação do governo estadual.

Mais duas semanas e foi a vez de toda o Departamento Regional de Saúde de Campinas (DRS-7), que abrange 42 cidades, retroceder à fase vermelha 1 do Plano São Paulo, que obriga o fechamento do comércio não essencial. Com isso, mesmo se quisesse, Campinas não poderia reabrir por conta da norma estadual.

O período de fechamento gerou críticas e protestos de comerciantes de Campinas. Na quinta-feira (23), empresários realizaram um ato em frente à prefeitura para reivindicar a retomada dos serviços não essenciais. A Guarda Municipal acompanhou a manifestação, que foi pacífica.

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