Por G1 Rio


Fabrício Queiroz é ex-assessor e ex-motorista do deputado estadual e senador Flávio Bolsonaro (PSL). Ele movimentou R$ 1,2 milhão em sua conta de maneira considerada "atípica", segundo relatório do Conselho de Atividades Financeiras (Coaf).

O Ministério Público Estadual do Rio de Janeiro abriu procedimento investigatório criminal para apurar o caso, suspenso pela segunda vez em julho de 2019, por decisão do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli. Quem pediu a suspensão das investigações foi Flávio Bolsonaro. Em janeiro, o ministro Luiz Fux já havia suspendido temporariamente procedimento investigatório sobre o caso.

No dia 18 de junho, Queiroz foi preso pela Polícia Federal em uma casa do advogado Frederick Wassef em Atibaia, no interior de São Paulo. Wassef é amigo da família de Jair Bolsonaro e já representou Flávio Bolsonaro e o próprio presidente em causas privadas.

Em 9 de julho, após 22 dias preso, Queiroz foi beneficiado por decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que lhe concedeu prisão domiciliar. Ele seguiu para seu apartamento na Taquara, Zona Oeste do Rio. Em 13 de agosto, nova decisão do STJ determinou que Queiroz e sua mulher, Márcia Aguiar, retornem ao regime fechado.

O vídeo abaixo mostra cinco pontos que ajudam a entender a prisão de Fabrício Queiroz.

5 pontos para entender a prisão de Fabrício Queiroz

5 pontos para entender a prisão de Fabrício Queiroz

O que é o caso envolvendo Queiroz

As investigações envolvem um relatório do Coaf, que apontou operações bancárias suspeitas de 74 servidores e ex-servidores da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). O documento revelou movimentação atípica de R$ 1,2 milhão na conta de Queiroz entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017, incluindo depósitos e saques.

Quem é quem

  • Fabrício Queiroz: policial militar aposentado, foi assessor e motorista de Flávio Bolsonaro até outubro de 2018, quando foi exonerado.
  • Flávio Bolsonaro: ex-deputado estadual e atual senador pelo PSL-RJ. Um dos cinco filhos do presidente Jair Bolsonaro
  • Frederick Wassef: advogado de Flavio Bolsonaro neste caso. Dono da casa onde Queiroz foi preso em 18 de junho de 2020, em Atibaia, no interior de SP. Também advoga para o presidente Jair Bolsonaro.
  • Márcia Oliveira de Aguiar: mulher de Fabrício Queiroz, está foragida
  • Nathalia Queiroz: filha de Fabrício Queiroz, a personal trainer também assessorou Flávio Bolsonaro (de 2007 a 2016). Trabalhou também no gabinete do então deputado federal Jair Bolsonaro.

"Cadê o Queiroz"

Queiroz não foi visto publicamente de 12 de janeiro, quando postou na internet um vídeo dançando em um hospital durante a recuperação de uma cirurgia, a 30 de agosto do mesmo ano, quando a revista "Veja" publicou uma reportagem divulgando seu paradeiro. Nesse período, a pergunta "Cadê o Queiroz?" se tornou popular nas redes sociais.

Em agosto, foi divulgado que ele estava vivendo no bairro do Morumbi, na Zona Sul de São Paulo, e fazendo tratamento para câncer no intestino no Hospital Albert Einstein.

Veja abaixo a cronologia do caso Queiroz:

queiroz assessor de flavio bolsonaro — Foto: Reprodução/TV Globo

Década de 1980: Amizade de Queiroz e Bolsonaro

Fabrício Queiroz e Jair Bolsonaro se tornam amigos nos anos 80. Os dois podem ser vistos juntos em momentos de lazer em algumas imagens publicadas em redes sociais, que mostram Queiroz pescando com Bolsonaro.

A amizade antiga chegou a ser citada pelo atual presidente durante uma coletiva de imprensa em um evento da Marinha. Na ocasião, ele disse que era amigo de Queiroz há muitos anos e que já o auxiliou com empréstimos algumas vezes, porque o ex-assessor do filho estava com problemas financeiros. Segundo Bolsonaro, Fabrício Queiroz devia R$ 40 mil.

O presidente eleito Jair Bolsonaro durante entrevista na Escola Naval da Marinha, no Rio — Foto: Patricia Teixeira / G1

Anos 2000: segurança e motorista de Flávio

Durante os anos 2000, Fabrício trabalhou por mais de dez anos como segurança e motorista de Flávio Bolsonaro, o filho mais velho do presidente. Queiroz recebia da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) um salário de R$ 8.517 e acumulava rendimentos mensais de R$ 12,6 mil da Polícia Militar. Ele foi exonerado do gabinete de Flávio na Alerj em outubro de 2018.

Nathalia Mello de Queiroz, filha de Queiroz de 29 anos, também foi funcionária de Flávio Bolsonaro entre 2007 e 2016. Menos de uma semana depois de ser exonerada, em dezembro de 2016, foi nomeada para o cargo de secretária parlamentar de Jair Bolsonaro na Câmara dos Deputados, em Brasília.

Além de Nathalia, a mulher de Fabrício, Márcia Oliveira de Aguiar, e outra filha dele, Evelyn Mello de Queiroz, trabalharam no gabinete de Flávio Bolsonaro.

Márcia aparece na folha de pagamento da Alerj de agosto de 2017 como consultora parlamentar e salário de R$ 9,2 mil. Evelyn foi nomeada em dezembro de 2016 como assessora parlamentar, na vaga da irmã Nathalia. Na última folha de pagamento, o salário dela é de R$ 7,5 mil.

2016 e 2017: movimentações suspeitas

Ex-assessor e ex-motorista de Flávio Bolsonaro movimentou em uma conta o total de R$ 1.236.838 entre 1º de janeiro de 2016 e 31 de janeiro de 2017. Durante esse período, Queiroz, de acordo com apontamentos do Coaf, fez saques em espécie no total de R$ 324.774, e teve R$ 41.930 em cheques compensados.

Na época, uma das pessoas favorecidas foi a ex-secretária parlamentar, atual mulher do presidente eleito, Jair Bolsonaro, Michele de Paula Firmo Reinaldo Bolsonaro, que recebeu cheque no valor de R$ 24 mil.

O presidente eleito Jair Bolsonaro negou qualquer irregularidade nos depósitos realizados na conta da mulher dele por Fabrício Queiroz. "Ninguém recebe ou dá dinheiro sujo com cheque nominal", justificou Bolsonaro.

Dezembro de 2018: relatório do Coaf

No fim de 2018, foi divulgado relatório do Coaf, que apontou operações bancárias suspeitas de 74 servidores e ex-servidores da Alerj. O documento revelou a movimentação atípica de R$ 1,2 milhão na conta de um ex-motorista e ex-assessor de Flávio Bolsonaro.

O caso Queiroz veio à tona a partir da investigação iniciada com a Operação Lava Jato no Rio de Janeiro, que analisa a ação de deputados estaduais da Alerj em contratos.

13 de dezembro de 2018: Flávio Bolsonaro nega irregularidades

Flávio Bolsonaro publicou em suas redes sociais mensagem na qual nega ter cometido irregularidades no caso que envolve seu ex-assessor citado em relatório do Coaf.

19 e 21 de dezembro de 2018: ausência em audiências

Na tarde de 19 de dezembro, Queiroz era aguardado para prestar depoimento no Ministério Público sobre suas movimentações bancárias atípicas. Foi a primeira vez em que ele não compareceu ao órgão.

Naquela ocasião, seus advogados afirmaram que "não tiveram tempo hábil para analisar os autos da investigação" e solicitaram cópias dos documentos, além de terem justificado a ausência de Fabrício ao órgão por conta de uma "inesperada crise de saúde".

Dois dias depois, Queiroz voltaria a deixar os promotores esperando. Pela segunda vez, ele não compareceu ao depoimento. Naquele dia, o advogado do investigado foi à sede do MP, às 14h, para informar que seu cliente precisou ser internado, "para realização de um procedimento invasivo com anestesia".

Fabricio Queiroz durante entrevista ao SBT — Foto: Reprodução/SBT

26 de dezembro de 2018: primeira entrevista de Queiroz

No dia 26 de dezembro, Queiroz deu uma entrevista ao SBT. Foi a primeira vez que ele falou ao público depois que seu nome apareceu em um relatório do Coaf.

Em uma das respostas, ele explicou de onde viria o dinheiro que movimentava: "Eu sou um cara de negócios. Eu faço dinheiro. Eu faço, assim, eu compro, revendo, compro, revendo. Compro carro, revendo carro. Eu sempre fui assim. Sempre. Eu gosto muito de comprar carro em seguradora. Na minha época, lá atrás, comprava um carrinho, mandava arrumar, vendia. Tenho segurança”.

Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro, é internado em São Paulo — Foto: Reprodução/TV Globo

Janeiro 2019: internação

Nos primeiros nove dias do ano, Queiroz esteve internado no Hospital Albert Einstein, Zona Sul de São Paulo. Segundo o advogado da família, ele foi submetido a uma cirurgia para a retirada de um tumor maligno no intestino.

12 de janeiro de 2019: dança em vídeo

No dia 12 de janeiro, um vídeo que mostrava Queiroz dançando no Hospital Albert Einstein, enquanto tomava soro, tornou-se viral nas redes sociais.

As imagens mostram Queiroz e mais duas mulheres. Uma delas seria a filha dele, que faz a gravação e diz: "Agora é vídeo, pai! Pega teu amigo, pega teu amigo!".

Em vídeo, Queiroz dança em hospital

Em vídeo, Queiroz dança em hospital

Segundo informações do advogado Paulo Klein, "os familiares de Fabrício Queiroz gravaram o vídeo de alguns segundos, no raro momento de descontração na visita deles no Albert Einstein, pois ele passaria por séria cirurgia nas horas seguintes, inclusive com risco de morte".

10 de janeiro de 2019: Flávio não comparece ao MP

No dia 10 de janeiro, Flávio Bolsonaro não comparece ao Ministério Público do Rio de Janeiro para depor sobre a movimentação financeira atípica de funcionários do seu gabinete na Alerj. Ele havia sido convidado pelos promotores.

14 de janeiro de 2019: apresentação de denúncia

O procurador-geral de Justiça do Rio de Janeiro, Eduardo Gussem, disse que o Ministério Público não precisa ouvir os depoimentos de Flávio Bolsonaro e de seu ex-assessor Fabrício Queiroz para apresentar uma denúncia no caso das movimentações financeiras suspeitas.

Segundo Gussem, que foi reconduzido ao cargo nesta segunda, a investigação é baseada em "provas documentais consistentes" e os depoimentos seriam para apresentar versões das defesas dos acusados.

17 de janeiro de 2019: suspensão da investigação

O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), manda suspender provisoriamente o procedimento investigatório instaurado pelo MP-RJ para apurar movimentações financeiras de Fabricio Queiroz consideradas "atípicas" pelo Coaf.

Vice-presidente do STF e ministro de plantão durante o recesso do Judiciário, Fux atendeu a pedido de Flávio Bolsonaro. O ministro defende sua decisão, afirmando que apenas enviou o caso ao relator, Marco Aurélio Mello, e disse que, se não tivesse o feito, as provas poderiam ser perdidas.

A suspensão valeu até o ministro Marco Aurélio, relator do caso, decidir — o que ocorreu em fevereiro, quando ele negou o pedido de Flávio Bolsonaro (leia mais em "2 de fevereiro").

Na reclamação ao STF, Flávio Bolsonaro argumentava que o Ministério Público requereu ao Coaf informações sobre dados sigilosos de sua titularidade e que as informações do procedimento investigatório foram obtidas de forma ilegal, sem consultar a Justiça.

Segundo Flávio, houve usurpação de competência da Corte para decidir sobre o procedimento investigatório, uma vez que foi confirmada sua eleição como senador e que só o Supremo poderia decidir neste caso.

18 de janeiro de 2019: depósitos suspeitos a Flávio Bolsonaro

O Jornal Nacional teve acesso, com exclusividade, a um trecho de um relatório do Coaf sobre movimentações bancárias suspeitas de Flávio Bolsonaro. Em um mês, foram 48 depósitos em dinheiro numa conta do senador eleito, no total de R$ 96 mil.

Os depósitos, concentrados no autoatendimento da agência bancária que fica dentro da Alerj, foram feitos sempre no mesmo valor: R$ 2 mil. O senador eleito não se pronunciou.

20 de janeiro de 2019: Flávio Bolsonaro diz que pagamento de R$ 1 milhão se refere a apartamento

Flávio Bolsonaro afirmou que o pagamento de R$ 1 milhão de um título bancário da Caixa Econômica é referente a um apartamento que ele comprou na planta. Disse ainda que a Caixa Econômica quitou a dívida dele com a construtora e que ele passou, então, a dever à Caixa. O senador afirmou que vendeu o mesmo imóvel logo depois e que recebeu parte do valor em dinheiro vivo.

2 de fevereiro de 2019: Marco Aurélio nega suspender investigação

O ministro Marco Aurélio Mello, relator do caso no STF, decide negar o pedido de Flávio Bolsonaro para suspender as investigações do MP-RJ. Com isso, apesar da decisão anterior de Fux suspendendo o processo, o caso pôde ser retomado.

15 de julho de 2019: Toffoli suspende inquérito com dados do Coaf

O presidente do STF, ministro Dias Toffoli, decide suspender temporariamente todas as investigações em curso no país que tenham como base dados sigilosos compartilhados pelo Coaf e da Receita Federal sem autorização da Justiça. A decisão foi tomada após pedido da defesa de Flávio Bolsonaro e ocorreu em meio ao recesso do Judiciário, com Toffoli tendo assumido o plantão.

O presidente do Supremo afirmou, ao decidir pela suspensão, que o "Ministério Público vem promovendo procedimentos de investigação criminal (PIC), sem supervisão judicial, o que é de todo temerário do ponto de vista das garantias constitucionais que assistem a qualquer indiciado ou a qualquer pessoa sob investigação do Estado". Ele considerou ser "prudente [...] suspender esses procedimentos que tramitam no território nacional e versem sobre o mesmo tema, de modo a evitar eventual usurpação de competência do Poder Judiciário".

24 de outubro de 2019: áudio revela influência

Em uma conversa por áudio, Fabrício Queiroz, ex-policial militar e ex-assessor de Flávio Bolsonaro, traz orientações sobre indicações políticas para cargos comissionados no Congresso Nacional e fala em uma “fila” no gabinete do hoje senador.

“Tem mais de 500 cargos lá, cara, na Câmara e no Senado”, disse. "Vinte continho aí para gente caía bem", emendou.

A reportagem foi publicada pelo Jornal O Globo. O jornal afirma que o áudio é parte de uma conversa travada em junho deste ano – oito meses depois de Queiroz ter sido exonerado por Flávio – a um interlocutor não identificado.

No áudio, Queiroz demonstra conhecer o funcionamento do gabinete do senador e sugere que o interlocutor poderia procurar parlamentares que frequentam o local para tratar de nomeações.

18 de dezembro de 2019: Queiroz é um dos alvos de operação

Fabricio de Queiroz vira alvo de operação do Ministério Público do Rio de Janeiro na qual foram cumpridos mandados de busca e apreensão na casa de assessores de Flávio Bolsonaro. Os mandados foram pedidos na investigação sobre lavagem e desvio de dinheiro público nos gabinetes da Alerj, sobre suspeita de "rachadinha" quando Flavio era deputado.

16 de maio de 2020: Paulo Marinho diz que PF antecipou a Flávio que Queiroz seria alvo de operação

Suplente de Flávio Bolsonaro no Senado, Paulo Marinho (PSDB-RJ) afirmou em entrevista à Folha de S.Paulo que, em 2018, o então deputado Flávio Bolsonaro foi informado de que havia uma operação policial em curso para desvendar o pagamento de propina a deputados na Assembleia Legislativa do Rio. E que num relatório do Coaf, o assessor de Flávio, Fabrício Queiroz, era citado.

26 de maio de 2020: Flávio elogia Queiroz ao responder Witzel

Ao se defender das acusações do governador do Rio, Wilson Witzel, o senador Flávio Bolsonaro fez elogios a um personagem polêmico, o antigo assessor Fabrício Queiroz.

“Quando você fala que eu devia está preso, preso por quê? Não fiz nada de errado. Como eu me arrependo de ter eu te elegido governador aqui do Rio de Janeiro. Ou você não lembra? (...) Onde eu ia você ficava ligando para o Queiroz, botava assessor para ligar para ele para saber onde eu estava, para ir atrás de mim na campanha, porque sabia que o Queiroz estava do meu lado, trabalhando. Um cara correto, trabalhador, dando sangue por aquilo que ele acredita.”

Ao longo de 2019, o senador fez críticas e se distanciou do ex-assessor.

18 de junho de 2020: Queiroz é preso

Fabrício Queiroz foi preso pela Polícia Federal em uma casa em Atibaia, no interior de São Paulo. Ele estava em um imóvel do advogado Frederick Wassek, amigo da família de Jair Bolsonaro que já representou Flávio Bolsonaro e o próprio presidente em causas privadas. Os mandados de busca e apreensão e de prisão contra Queiroz foram expedidos pela justiça do Rio de Janeiro, num desdobramento da investigação que apura esquema de "rachadinha" na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). A prisão foi feita numa operação da Polícia Civil e o Ministério Público de São Paulo.

23 de junho de 2020: Polícia procura mulher de Queiroz, que estava foragida

A Polícia Militar de Minas Gerais iniciou as buscas por Márcia Oliveira de Aguiar, mulher de Fabrício Queiroz, em Belo Horizonte, na casa da madrinha do ex-assessor de Flávio Bolsonaro. Houve uma ordem de prisão contra ela. Márcia estava foragida desde 18 de junho, quando o marido foi preso em Atibaia (SP). A casa alvo da operação na capital mineira pertence a uma senhora conhecida como dona Penha (madrinha de Queiroz), que morreu naquele mês. Agora vivem no imóvel primas e sobrinha de Fabrício Queiroz. A suspeita é que Márcia tenha ido para essa casa. Uma das primas, Kassia, é bem próxima de Márcia e de Queiroz.

9 de julho de 2020: STJ concede prisão domiciliar a Queiroz e a Márcia de Aguiar

O ministro João Otávio Noronha, presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), decidiu conceder prisão domiciliar a Fabrício Queiroz e à mulher dele, Márcia de Aguiar. O relator do caso é o ministro Felix Fischer, mas coube a Noronha analisar o tema porque, pelas regras internas do tribunal, o presidente do STJ é o responsável por decidir sobre questões urgentes durante o recesso do Judiciário. O ministro considerou que a saída de Fabrício Queiroz da cadeia é justificada pelo estado de saúde dele, que o deixaria mais vulnerável à Covid-19. Segundo a defesa, Queiroz tem câncer e recentemente passou por uma cirurgia na próstata.

10 de julho: Queiroz deixa a cadeia

Fabrício Queiroz foi solto na noite de sexta-feira, 10 de julho, do Complexo Penitenciário de Gericinó, na Zona Oeste do Rio. Ele seguiu para prisão domiciliar, em seu apartamento na Taquara, Zona Oeste do Rio, usando uma tornozeleira eletrônica.

11 de julho: foragida por três semanas, mulher de Queiroz volta para casa para cumprir prisão domiciliar

Depois de três semanas foragida, Márcia Aguiar, mulher do ex-assessor parlamentar Fabrício Queiroz, passou a cumprir prisão domiciliar ao lado do marido, num apartamento na Taquara, no Rio. Ela só se entregou após a decretação da prisão domiciliar. Em 17 de julho, ela passou a usar tornozeleira eletrônica.

3 de agosto: PGR pede regime fechado para Queiroz e Márcia Aguiar

A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu a derrubada da decisão do presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), João Otávio de Noronha, que concedeu prisão domiciliar a Fabrício Queiroz e à mulher dele, Márcia Aguiar. Na manifestação, o subprocurador-geral da República Roberto Luís Opperman Thomé pediu que a decisão liminar (provisória) seja integralmente revista a fim de que seja respeitado o entendimento de que não cabe a concessão de benefício a foragidos da Justiça.

10 de agosto: defesa de Fabrício Queiroz pede liberdade ao STF

A defesa de Fabrício Queiroz recorreu em 10 de agosto ao Supremo Tribunal Federal (STF) para derrubar a prisão domiciliar determinada pelo STJ. O pedido de habeas corpus é para que ele seja colocado em liberdade, sem nenhuma restrição. O pedido de soltura no STF será analisado pelo ministro Gilmar Mendes.

13 de agosto: ministro do STJ determina que Queiroz e Márcia voltem para a cadeia

O ministro Felix Fischer, do Superior Tribunal de Justiça, revogou em 13 de agosto a prisão domiciliar de Fabrício Queiroz e da mulher dele, Márcia de Aguiar. O ministro determinou que o Tribunal de Justiça do Rio analise, com urgência, a situação dos dois. Enquanto isso, fica restabelecida a ordem de prisão de Queiroz e Márcia em regime fechado.

Veja também

Mais lidas

Mais do G1
Deseja receber as notícias mais importantes em tempo real? Ative as notificações do G1!