Enquanto EUA e Europa começam aos poucos a reabrir a economia após o efeito da covid-19 e dão os primeiros sinais de retomada, o Brasil deve ter dificuldades para engatar esse processo e se aproveitar da incipiente melhora do cenário externo.
Combinado ao acirramento das tensões no cenário político, isso pode afastar o investimento estrangeiro do país. Em abril, o fluxo do que se investiu em atividades produtivas caiu a US$ 234 milhões, muito abaixo dos US$ 5,1 bilhões do mesmo mês de 2019.
Como os países desenvolvidos foram atingidos pela doença antes de grande parte dos emergentes, era esperado que pudessem abrandar mais cedo as medidas de isolamento social e, assim, iniciar a normalização da atividade.
A retomada da economia brasileira, porém, pode ser mais lenta não só porque o país foi um epicentro tardio do novo coronavírus, mas também porque a falta de coesão na adoção de medidas de quarentena deve atrasar a reabertura.
Para completar, a crise política aumenta a incerteza e, com isso, diminui a previsibilidade sobre a trajetória das contas públicas, combinação negativa para o investimento externo.
De acordo com o consenso de mercado do boletim Focus, o PIB brasileiro vai recuar 5,89% em 2020 e crescer 3,5% em 2021, o que resultaria em perda de média de 1,2% em cada ano.
Assim, o Brasil ficaria atrás de 155 de 190 países, considerando os prognósticos do Fundo Monetário Internacional (FMI) para a amostra, segundo o pesquisador Marcel Balassiano, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV).
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