Brasil e Política

Por Alessandra Saraiva, Valor — Rio

Em meio à pandemia, a confiança do comércio mantém trajetória lenta e gradual de retomada em julho. Mas incertezas em relação ao futuro, como possibilidade de nova onda de covid-19 e dúvidas em relação à longevidade de auxílio emergencial do governo tem derrubado expectativas do setor. A avaliação é do economista da Fundação Getulio Vargas (FGV) Rodolpho Tobler, que analisou a alta de 1,7 ponto no Índice de Confiança do Comércio (Icom) entre junho e julho, para 86,1 pontos.

Mesmo com aumento, o índice permanece distante de 100 pontos, limite favorável do indicador - e não deve se aproximar dessa pontuação até a descoberta de uma vacina, acrescentou o técnico.

Ao comentar a evolução da confiança do varejo entre junho e julho, o economista comentou ser visível a influência de melhora de avaliação em situação atual, para saldo positivo do Icom. Nos dois sub-indicadores do Icom, o Índice de Situação Atual (ISA) subiu 6,4 pontos no período, para 88,4 pontos - enquanto o Índice de Expectativas (IE) caiu 3 pontos, para 84,5 pontos.

Tobler comentou que sinais de reabertura gradual da economia em algumas capitais, principalmente em comércio e em serviços, ajudaram a elevar o ISA no período. "Não podemos nos esquecer que esses resultados estão sendo comparados a meses como abril, maio, junho, onde a atividade estava muito baixa" disse, lembrando consenso entre economistas de que abril foi "fundo do poço" para atividade econômica.

Entretanto, o técnico comentou que ainda há muitas incertezas em relação aos próximos meses que afetam diretamente a atividade do comércio. O economista afirmou que os varejistas tem notado que o consumo de baixa renda tem se sustentando por conta do auxílio emergencial - cujo período de vigência ainda é alvo de debates entre integrantes do governo. Outro aspecto que deixa o varejo cauteloso é a probabilidade de nova onda de contaminação por covid-19, cada vez mais citada por especialistas, devido às medidas de reabertura já delimitadas em algumas das principais capitais do país.

"É muito difícil imaginar um quadrante favorável [no indicador] próximo a 100 pontos, ainda esse ano, sem ter uma vacina", afirmou ele. "A incerteza persiste, tanto na área da economia como na de saúde e isso acaba freando a recuperação da atividade e da confiança", disse. "Enquanto não tiver solução definitiva ou eficaz [contra a pandemia] os empresários vão ter essa volatilidade de ânimo, afetando a confiança", concluiu.

(Com conteúdo publicado originalmente no Valor PRO, o serviço de notícias em tempo real do Valor)

Mais recente Próxima Reforma tímida não levanta economia, diz Bernard Appy
Mais do Valor Investe

Oferta visa atingir o percentual mínimo das ações em circulação exigido pelas regras do Novo Mercado

Caixa Seguridade (CXSE3) confirma que Caixa estuda venda de parte de suas ações

Objetivo é promover uma suavização dos valores calculados da TR em relação aos da Taxa Básica Financeira

CMN aprova alteração na metodologia de cálculo da Taxa Referencial (TR)

Resultado reflete um paradoxo no mercado atualmente: mesmo com maior apetite por risco no exterior, agentes de mercado ainda recorrem às reservas de valores

Quais foram os ativos mais rentáveis do mundo no 1º trimestre? Veja ranking

Valor vai ser distribuído em abril, julho e outubro

TIM (TIMS3) anuncia pagamento de R$ 1,3 bilhão em dividendos complementares

Preço do barril do brent, a referência global, avançou 6,2%, no acumulado de março, encerrando o mês a US$ 87,00

Petroleiras (PETR4, PRIO3, RRRP3, RECV3) arrancam, com forte alta do preço do petróleo

Valor unitário será equivalente a 0,1 bitcoin, ou seja, 10% do valor da criptomoeda em reais, atualmente em torno de R$ 350 mil

CVM aprova e B3 deve lançar contrato futuro de bitcoin em meados de abril

O primeiro trimestre de 2024 chega ao fim com o Ibovespa acumulando perdas de 4,5% no período, 0,71% só em março. Mas, nas entrelinhas dos três primeiros meses, há sinais positivos que sustentam a visão otimista para 2024

Veja as 10 ações do Ibovespa que mais se valorizaram em março e no primeiro trimestre de 2024

Mineração e siderurgia, varejo e educação são os setores que mais vêm enfrentando dificuldades na bolsa este ano, pelo menos até agora

Veja as 10 ações do Ibovespa que mais caíram neste primeiro trimestre de 2024

Moeda americana encerrou a sessão em alta de 0,74%, cotada a R$ 5,015. No mês, valorizou 0,86%

Dólar encerra sessão acima de R$ 5 e avança 3,35% no trimestre

Mercado iniciou a véspera de Páscoa avesso ao risco após falas conservadoras de membros do BC dos EUA sobre a necessidade de manter os juros altos por mais tempo do que o previsto. Avanço da Petrobras no pregão, no entanto, dá o gás que o índice precisava para subir

Petrobras puxa reação tímida do Ibovespa após BC dos EUA conservador