Por G1 CE


Barracas de praia em Fortaleza se preparavam para reabrir na 3ª fase do Plano de Retomada — Foto: Thiago Gadelha/SVM

A decisão de voltar atrás na reabertura de bares, barracas de praia e restaurantes no turno da noite em Fortaleza, que avança para a terceira fase do Plano de Retomada Responsável das Atividades Econômicas e Comportamentais nesta segunda-feira (6), foi tomada para que o Governo do Estado possa avaliar mais cuidadosamente o "pequeno aumento" de indicadores relacionados ao coronavírus na capital cearense nos últimos dias, de acordo com o secretário executivo de Planejamento e Gestão e coordenador do Plano de Retomada, Flávio Ataliba.

"Observa-se, infelizmente, um pequeno repique em alguns indicadores. Apesar da trajetória dos últimos 14 dias, seja uma trajetória decrescente, se olhou que nos últimos dias houve aí nos indicadores um pequeno aumento e isso acaba sendo uma alerta para todos nós que precisamos, talvez, ir um pouco mais devagar nessa liberação", afirmou o secretário, durante live na tarde deste domingo (5).

O governador do Ceará, Camilo Santana, e o prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio, anunciaram ontem (4) que a Capital cearense entra na fase 3 da retomada amanhã (6). Os restaurantes, que aguardavam a partir desta segunda-feira a liberação para funcionamento noturno, também seguem recebendo clientes apenas das 11h às 16h, conforme já vinha ocorrendo na fase 2. Nesta fase, empresas da indústria e do comércio podem funcionar com 100% dos trabalhadores. Também faz parte da nova etapa a autorização para a prática de esportes individuais em espaços públicos, como praias e parques, e o retorno do transporte intermunicipal no dia 10 de julho.

De acordo com o coordenador do Plano de Retomada, o governo precisa analisar melhor os indicadores. "Queremos um tempo a mais para verificar se esse repique continuará crescendo ou se foi apenas uma flutuação temporária. Precisamos ter muita responsabilidade. É importante que a gente sempre avance e que não haja retrocesso", destacou Ataliba.

Flávio Ataliba disse que a população cearense "não pode assistir aqui o que aconteceu com outras cidades no Brasil". "Este fim de semana vimos as pessoas sem máscara, parecendo que não usá-las é um sinônimo de saúde", disse. "Não está pensando na própria saúde e nem da outra pessoa. É essa responsabilidade que a gente precisa ter", completou.

No Rio de Janeiro, a primeira noite com bares autorizados a reabrirem no Rio, na quinta-feira (2), foi repleta de desrespeito a regras de distanciamento contra a Covid-19: alguns clientes não utilizaram máscaras e se aglomeraram na calçada de bares e até no asfalto.

Escolas

Durante a transmissão, o secretário executivo de Planejamento e Gestão do Governo do Ceará pontuou que o retorno das atividades escolares presenciais "talvez seja o ponto mais complexo da retomada". "Isso não só no Ceará, mas também em outros estados". De acordo com ele, a questão é se as escolas possuem estrutura física e tecnológica para que essa liberação ocorra.

"Se uma sala tinha 40 alunos e o funcionamento presencial vai exigir apenas 20 alunos por sala, muitas escolas não têm espaço ocioso para os outros 20 alunos".

Ele também lembrou que o risco em relação à liberação das atividades escolares envolve os próprios alunos e os parentes com quem eles possuem contato.

"O perigo não é só as crianças se contaminarem. O problema é quando elas voltam para seus lares e passam a ter contato com os pais, tios, avós. Elas são, em sua maioria, assintomáticas, mas na convivência em casa podem transmitir para os mais velhos. E isso nós não queremos", frisou Ataliba.

O retorno das escolas está prevista para a quarta fase do plano de retomada. "Vamos acompanhar os indicadores sanitários, mas é uma questão complexa e teremos muito mais atenção", detalhou o secretário executivo da Seplag.

Interior

Ao falar do andamento do plano de retomada nas macrorregiões cearenses, Ataliba destacou a importância de os prefeitos cearenses esclarecerem que o avanço de fase no plano de retomada não representa uma liberação total.

"Aqueles municípios que passaram para a primeira ou para a segunda fase, se as prefeituras não ajudarem ou se não tiver uma autoridade que só permita funcionar o que está de fato autorizado, há um risco de os indicadores aumentarem", lembrou. "Aí essa cidade provavelmente vai para o isolamento rígido", disse.

Coronavírus: infográfico mostra principais sintomas da doença — Foto: Foto: Infografia/G1

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