• Fernando Barbosa
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Etanol valoriza o milho em MT - Usina de etanol e milho da FS Bioenergia, em Lucas do Rio Verde (Foto: Rogerio Albuquerque)

Usina de etanol e milho da FS Bioenergia, em Lucas do Rio Verde (MT) (Foto: Rogerio Albuquerque)

Mesmo diante da redução na demanda por biocombustíveis, causada pela pandemia do coronavírus, a indústria brasileira deve aumentar em 61,1% a produção de etanol a partir do milho, de 1,7 bilhão para 2,7 bilhões de litros, de acordo com o primeiro levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para a safra 2020/2021 divulgado nesta terça-feira (5/5). Caso confirmado, a produção do segmento seria a maior da história.

“Isso é resultado de investimentos em unidades de produção que operam tanto com cana-de-açúcar, quanto com milho, em unidades do tipo flex, assim como aquelas que utilizam apenas o milho para a fabricação do biocombustível, unidades do tipo full”, afirmou o presidente da Conab, Guilherme Bastos.

Com isso, a produção de etanol deve consumir entre 6,4 a 6,7 milhões de toneladas de milho no período, especialmente no Mato-Grosso. Essa parcela representa de 6,2% a 6,5% das 101,8 milhões de toneladas do cereal produzidas no país.

No setor, o entendimento é que haverá, de fato, o aumento da capacidade instalada, com quatro novas unidades produtivas inauguradas até o fim de 2020 - uma delas começou a funcionar em março. Os  novos empreendimentos devem adicionar cerca de 730 milhões de litros à produção de etanol de milho. Entretanto, isso não representa, automaticamente, um aumento na produção.

“Vamos elevar a capacidade de produzir etanol de milho em torno de 70%. Se a gente vai produzir 50%, 60% ou 70% a mais, ou manter o mesmo nível de produção, o mercado é que vai dizer com a volta do crescimento da economia, a flexibilização do isolamento social e os preços internacionais do petróleo”, afirma Guilherme Nolasco, presidente da União Nacional do Etanol de Milho (Unem).

Produtores de etanol, de milho ou de cana, estão na expectativa de medidas do governo federal para conter os impactos da crise do coronavírus. Entre elas, financiamento para o armazenamento do biocombustível, a isenção de PIS e Cofins por 180 dias e a elevação da Cide para 40 centavos por litro na gasolina, visando melhorar a paridade de preços.