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Por Casagrande

Eu vejo o esporte como uma veia importante para sociedade

São Paulo


A frase que ilustra o título desta publicação estava escrita na camisa da seleção da Noruega no jogo contra Gibraltar, nesta semana, pela primeira rodada das eliminatórias europeias para a Copa de 2022. E a ideia era exatamente denunciar a situação dos trabalhadores no Catar, sede do Mundial.

Este é um exemplo claro da importância do futebol, política e social. Um exemplo de um país que não se limitou a jogar uma partida de futebol, mas também em se posicionar e denunciar as condições de trabalho de quem verdadeiramente coloca a “mão na massa” para pessoas de todo o mundo torcerem, vibrarem, se divertirem.

A Fifa, inclusive, descartou qualquer punição à Noruega por conta da mensagem.

Joguei uma Copa em 1986, no México. Como comentarista, sempre pela Globo, foram seis (1998, 2002, 2006, 2010, 2014 e 2018). Sei como a energia desse evento é bacana e diferente. Mas até chegar à abertura da Copa muitas pessoas sofrem e perdem a vida devido às péssimas condições para deixar tudo arrumadinho.

Por que no Brasil a Seleção e seus craques se calam? Ou melhor, o futebol se cala diante de tudo o que está acontecendo no país. O colapso da saúde, o número macabro de mortes, o governo genocida. O nosso futebol segue totalmente calado. E a CBF, com o seu presidente Rogério Caboclo, mostra a sua verdadeira face.

Quando cobro um posicionamento da seleção brasileira, como fez a norueguesa, você pode argumentar que não há jogos para o time de Tite neste momento. Mas, no ano passado, foram quatro partidas das eliminatórias durante a pandemia sem qualquer manifestação.

A seleção norueguesa me fez lembrar a Democracia Corinthiana. Jogávamos com este termo escrito na camisa. E sempre que era necessário mandar uma mensagem, usávamos o manto corintiano para passar o que queríamos - como o incentivo ao voto em 1982 ou quando entramos em campo com a faixa "Ganhar ou Perder, Mas Sempre Com Democracia".

Faixa da Democracia Corinthiana no Memorial — Foto: Ana Canhedo

O vídeo da reunião da CBF com os clubes nesta semana mostra que o presidente Rogério Caboclo não quer diálogo. Quer apenas que suas ordens sejam cumpridas. E isso, sem duvida, intimida e assusta qualquer pensamento de usar o futebol para mandar uma mensagem política e social.

O nosso futebol deveria, sim, ajudar no esclarecimento da população, defendendo as medidas mais básicas no combate à pandemia. Higienização, isolamento social, o uso de máscara, a defesa da vacina, nossa única chance de virarmos esse jogo quase perdido.

Os noruegueses me emocionaram pela preocupação com os trabalhadores no Catar. O futebol é capaz, sim, de ajudar os brasileiros nesta guerra contra o negacionismo e a naturalização da morte.

Devemos nos unir contra a Covid-19, vamos tomar a vacina!

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