Policial é visto de máscara no Aeroporto de Montevidéu, no Uruguai, em foto de 13 de março — Foto: Matilde Campodónico/AP
O Uruguai vê com "preocupação" a existência de casos de coronavírus do lado brasileiro de várias cidades fronteiriças e, por isso, decidiu aumentar o controle sanitário na fronteira comum. A decisão foi informada nesta terça-feira (5) pelo secretário da Presidência, Álvaro Delgado.
"O governo do Uruguai está preocupado com a situação em algumas cidades fronteiriças, principalmente do lado brasileiro", afirmou Delgado em coletiva de imprensa.
Segundo ele, o presidente uruguaio, Luis Alberto Lacalle Pou, instruiu todos os ministros a aprofundar a presença nas fronteiras. O país vai baixar um protocolo e orientações claras serão dadas à população da área de fronteira. "As particularidades das cidades binacionais" serão levadas em conta, declarou Delgado.
Desde o início da epidemia, o Uruguai proibiu a entrada de estrangeiros no país, mas os residentes dessas localidades próximas ao Brasil, que muitas vezes moram de um lado e trabalham no outro, podem até agora circular normalmente.
Maior coordenação com o Brasil
O secretário da Presidência uruguaia informou que nesta quarta-feira (6) o ministro da Saúde Pública realizará uma ronda pelas cidades perto da fronteira comum para "ajustar os protocolos" e trabalhar "com maior coordenação coma as autoridades brasileiras".
O Uruguai registrava até segunda-feira (4) 17 mortos e 657 casos positivos do novo coronavírus. Até agora, nenhum infectado foi detectado em departamentos fronteiriços como Artigas, Rivera ou Cerro Largo.
Embora o Brasil seja de longe o país mais afetado da América Latina pela pandemia, com 107.780 casos e 7.321 mortes, o presidente Jair Bolsonaro é contrário à quarentena para evitar a propagação do vírus e incentiva a reabertura de comércios e indústrias, priorizando a necessidade de relançar a economia.
Quando questionado sobre isso, Delgado respondeu: "Não cabe a mim ou ao governo (uruguaio) comentar as posições do presidente brasileiro".