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Daisy Lúcidi: boas lembranças de uma grande atriz

Patrícia Kogut

Daisy Lúcidi (Foto: Divulgação)Daisy Lúcidi (Foto: Divulgação)

 


Foram cerca de 60 anos de uma carreira mais constante no rádio (o “Alô Daisy” durou 60 anos). Mas Daisy Lúcidi, morta ontem vítima da Covid-19, também será lembrada por seu trabalho na televisão. Talentosa, doce, simpática e com aquele traço de operária da arte que marcou sua geração, ela foi ainda vereadora e deputada estadual. Destacou-se em muitos papéis na teledramaturgia, o primeiro deles na minissérie “Nuvem de fogo” (1963), de Janete Clair, na TV Rio; o mais recente, em “Geração Brasil”, em 2014. Mas, hoje, quero falar de duas personagens que marcaram pela maneira muito pessoal como ela os construiu.

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Uma foi a Iracema de “Paraíso tropical”, novela de Gilberto Braga e Ricardo Linhares exibida em 2007. A personagem era uma daquelas figuras com que o público tinha a sensação de já ter cruzado um dia. Viúva de um militar, reacionária, fofoqueira, a síndica de um prédio em Copacabana parecia egressa da vida real. Essa impressão se aprofundava graças ao desempenho brilhante dela. Era a feliz combinação do ótimo texto com uma escalação perfeita.

Mais tarde, em 2010, foi convidada por Silvio de Abreu para “Passione”. De novo, se entregou à personagem, uma vilã como “nunca tinha feito”, como contou à repórter da coluna na época Florença Mazza: “Ainda não fui agredida na rua, mas cheguei aonde queria”, disse na entrevista. O papel era difícil: uma idosa abusadora sexual, que obrigava a própria neta a se prostituir. Daisy mostrou a verve de sempre. Ela vai fazer falta na televisão. Aliás, já andava fazendo.

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