• Mariana Fonseca
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Amaro Monteiro e Marina Monteiro, da Divórcio Consensual (Foto: Divórcio Consensual/Divulgação)

Amaro Monteiro e Marina Monteiro, da Divórcio Consensual: 100 divórcios e 20 reconciliações na lista (Foto: Divórcio Consensual/Divulgação)

O Dia dos Namorados acabou de passar e muitos festejaram o tempo juntos. Mas o outro lado da moeda também está crescendo. Casais pedindo a separação são cada vez mais comuns na plataforma online Divórcio Consensual.

Criada há quase dois anos, a startup já mediou mais de 100 divórcios e 20 reconciliações. Apenas entre março e maio deste ano, meses marcados pela quarentena, a startup viu um salto de cinco vezes na receita gerada aos advogados cadastrados. A comparação é com os três meses anteriores.

Até o final deste ano, a Divórcio Consensual espera dobrar o número de profissionais cadastrados na plataforma online de separações.

Ideia de negócio: divórcio online
A Divórcio Consensual foi criada pelos irmãos Marina Monteiro e Amaro Monteiro em agosto de 2018. Marina é advogada e se especializou em direito previdenciário, mas seguiu o conselho de uma amiga e passou a estudar a área de direito familiar e processos de divórcio.

"Cheguei à conclusão de que não estava contribuindo para separar casais, mas para ajudá-los. São pessoas que vivem um momento difícil na família e buscam um advogado com sensibilidade. Encontrei uma missão", diz Marina.

A advogada queria empreender por meio de um escritório de advocacia virtual e encontrou uma receptividade na proposta de uma plataforma de divórcios online. Foi então que sugeriu o projeto ao irmão Amaro, especialista em marketing digital. A ideia de Marina era atender o Rio de Janeiro, mas o sócio estudou o mercado e entendeu que o Divórcio Consensual tinha potencial para atender o país e inclusive brasileiros morando no exterior.

Uma das partes entra na plataforma online e faz um teste de eligibilidade. Responde se as duas partes concordam em se divorciar; se possuem filhos ou dependentes incapazes; e se possuem bens a partilhar.

Dependendo dessas respostas, o casal é direcionado para uma mediação online, para psicólogos especializados em terapia de casal ou para a escolha de advogados. Todos esses profissionais autônomos estão cadastrados na Divórcio Consensual.

"As pessoas podem encontrar esses profissionais sem se expor a rever o parceiro. Todo o processo se faz de maneira ágil e conveniente", diz Amaro. Se não houver grandes complicações, a entrada com o processo de divórcio pode acontecer em menos de uma semana. O pagamento dos honorários também é feito pela plataforma. O negócio tem 40 advogados e quatro terapeutas cadastrados.

A startup já mediou mais de 100 processos de divórcio: desde casos com violência doméstica até casos com a intenção de recasar no mês seguinte. Mas também promoveu a reconciliação de 20 casais por meio do atendimento psicológico.

Crescimento na pandemia
Entre os meses de março e maio, a receita gerada aos advogados cresceu cinco vezes na comparação com os três meses anteriores. Mas os clientes não são apenas casais que brigaram durante a convivência forçada da quarentena.

O público mais comum da Divórcio Consensual são casais que já vivem separados. Com a necessidade de quarentena, os empreendedores afirmam que os casais têm mais tempo livre e resolvem pesquisar soluções para dar entrada no divórcio. "As pessoas em confinamento repensam melhor sua situação conjugal", diz Amaro.

Outro público são brasileiros morando no exterior e que precisam de uma solução online de separação. A plataforma já atendeu usuários em países como argentina, Austrália, Holanda, Jamaica e Portugal.

Exclusivamente por conta da pandemia, alguns profissionais cadastrados na Divórcio Consensual oferecem uma hora gratuita de terapia para os casais. Esse esforço ajudou a chegar aos 20 casais reconciliados.

A Divórcio Consensual ainda não cobra dos advogados: o foco agora é em captação de usuários e profissionais. A startup cresceu 50% em 2019, na comparação anual.

Para 2020, a porcentagem de crescimento ainda está sendo revista. Uma das metas da startup é dobrar o número de profissionais na plataforma e melhorar a criação dos perfis, adicionando recursos como publicar artigos, feedbacks de clientes e vídeos. O perfil se tornará uma espécie de escritório virtual dos profissionais especializados no divórcio (ou na reconciliação) dos casais.