Por Henrique Coelho, G1 Rio


Voluntários e moradores do Santa Marta fazem sanitização da favela por conta própria no RJ

Voluntários e moradores do Santa Marta fazem sanitização da favela por conta própria no RJ

Moradores da favela Santa Marta, em Botafogo, na Zona Sul do Rio, começaram neste domingo (5) a trabalhar na higienização de áreas da comunidade por conta própria. O objetivo é evitar que a falta de condições sanitárias facilite a expansão da Covid-19 na região. Um vídeo mostra os primeiros testes com o equipamento, feitos no sábado (4).

Neste domingo à tarde, os voluntários começaram o processo com os equipamentos de proteção individual (EPIs).

Voluntários e moradores realizam sanitização na favela Santa Marta, no Rio de Janeiro — Foto: Thiago Firmino/Arquivo Pessoal

O empreendedor Thiago Firmino, que também trabalha como guia de turismo na favela, contou que os trabalhos de sanitização começaram na parte alta da comunidade. A ideia, segundo ele, surgiu com o exemplo do que viu na China.

Comunidade Santa Marta, em Botafogo, na Zona Sul do Rio — Foto: Reprodução/ TV Globo

"Conversei com uns amigos meus, eles pagaram os equipamentos e eu comprei luva, materiais simples, e consegui algumas doações para materiais químicos, que vão acabar. A nossa favela é a primeira do Brasil sanitizada com os mesmos equipamentos da China, pelos moradores", disse ele.

A ação é semelhante à que foi realizada em Niterói, na Região Metropolitana do Rio.

Thiago pediu a ajuda de empresários para conseguir doações de produtos mais eficientes para realizar a sanitização na favela, usando o quaternário de amônio como referência.

Equipamentos de limpeza utilizam água sanitária; Empreendedor pede doações para melhora de produtos químicos — Foto: Thiago Firmino/Arquivo Pessoal

"O ideal era a gente usar quaternário de amônio de quinta geração. A gente não tem essa verba, a gente queria. Então a gente tá utilizando água sanitária, hipocloreto de sódio. A gente está precisando muito de apoio para comprar o quaternário de amônio, até para comprar mais EPIs pros voluntários", contou ele, dizendo que houve contatos de outras favelas para aprender a usar os equipamentos.

Doações, segundo Thiago, podem ser feitas entrando em contato com o telefone (21) 99177-9459.

Ação de desinfecção na Vila Ipiranga, em Niterói, na Região Metropolitana do Rio — Foto: Luciana Carneiro/Arquivo Pessoal

Número de casos

O bairro de Botafogo, onde fica a favela Santa Marta, tinha 36 casos confirmados do novo coronavírus até este domingo, de acordo com o Painel da Secretaria de Saúde do Estado.

Só no município do Rio, eram registrados 1068 casos, segundo o mesmo painel. Os casos em todo o estado somavam 1394 casos até as 16h de domingo.

Na cidade do Rio, há 349 casos com bairro ignorado. Entre os bairros identificados, veja a lista com mais casos:

  • Barra da Tijuca: 102 casos
  • Leblon: 61 casos
  • Copacabana: 53 casos
  • Ipanema: 48 casos
  • Botafogo: 36 casos

A expansão da doença nas favelas do Rio era uma das principais preocupações de especialistas e das autoridades de saúde.

Há casos confirmados no Complexo do Alemão, em Manguinhos, na Mangueira, na Cidade de Deus, Parada de Lucas e no Vidigal. Mototaxistas da Maré improvisaram sabão líquido para poderem lavar as mãos. Neste domingo, foram registrados quatro casos da doença na Rocinha, na Zona Sul do Rio, uma das maiores favelas da cidade.

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