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Donos de pequenos negócios se mostram mais otimistas, revela pesquisa

Donos de pequenos negócios se mostram mais otimistas, revela pesquisa

Pela primeira vez desde o início da pandemia no país, os donos de pequenos negócios se mostram mais otimistas.

Uma radiografia dos pequenos negócios do país mostra que o quadro geral teve uma ligeira melhora. No salão de beleza da família de Leonardo, no Recife, as portas reabriram no meio de junho, depois de mais de dois meses fechadas. De lá para cá, a clientela vem aumentando.

“A primeira semana foi muito boa. Já era uma coisa que a gente previa, aquela demanda reprimida. Hoje meu faturamento está girando em torno de 40, 44%”, diz Leonardo Pena, dono de salão de beleza.

Atividades nocauteadas pela pandemia também começam a se reerguer. Em Governador Valadares, Minas Gerais, as reservas feitas numa pousada surpreenderam a proprietária.

“Eu imaginava que a gente ia ter no máximo, 20, 30% de ocupação. E a gente tem tido ocupação de 70%, 80% em alguns finais de semana. A gente está buscando oferecer atividades com segurança e a área aqui é bem grande, dá para ficar bem espaçado um do outro”, conta Viviane do Vale Silvestre, dona da pousada.

Desde que as medidas de isolamento começaram, o Sebrae e a Fundação Getúlio Vargas acompanham mês a mês a situação das micro e pequenas empresas, que representam 99% dos negócios no Brasil.

A conclusão: no fim de julho, a reabertura estancou a sangria no caixa e melhorou outros dados, como o índice de endividamento, que caiu de 40% para 36%.

Os pesquisadores interpretam alguns resultados como sinais de que o ânimo dos empresários está um pouco melhor. Eles sabem que a situação é difícil e que não dá para dizer quando será como antes da pandemia. Mas estão buscando caminhos para atravessar a crise, pegando empréstimos, por exemplo.

Cinquenta e quatro por cento das empresas ouvidas procuraram algum tipo de financiamento, e 21% conseguiram.

“Ninguém vai procurar crédito desesperançoso, né? Voltar à normalidade não é uma coisa de piscar de olhos, mas voltar numa normalidade de sobrevivência é muito importante. Nosso grande desafio é preservar o emprego. E quem dá mais emprego e preserva emprego são as micro e pequenas empresas”, afirma o presidente do Sebrae Nacional, Carlos Melles.

Segundo o Sebrae, as micro e pequenas empresas respondem por 55% dos empregos com carteira assinada do país. Leonardo pegou um empréstimo para manter as contas em dia, inclusive os salários dos funcionários. O que não deu para pagar, negociou.

“O pessoal que trabalha com a gente entendeu que é melhor reduzir um pouco e garantir aquilo ali do que não ter nada. Então, assim: acabou sendo uma troca. Ganhou um pouquinho, cedeu um pouquinho ali e acabou todo mundo dando as mãos e passando por isso”, conta Leonardo Pena.

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