Por Gabriel Barreira, G1 Rio


Wilson Ernesto Garlaza Jara deixa a delegacia após prestar depoimento — Foto: Gabriel Barreira/G1 Rio

O médico Wilson Ernesto Garlaza Jara, que fez o procedimento estético em Fernanda Rodrigues, a MC Atrevida, teve um AVC três dias após realizar a cirurgia, segundo o advogado dele, Carlos Costa.

O médico, que depôs na 20ª DP (Vila Isabel) nesta segunda-feira (3), disse ter especialização como cirurgião. O advogado afirma que o cliente está desorientado e chegou a dizer ter feito 4,6 mil procedimentos semelhantes, depois corrigindo o número para 1,9 mil.

A polícia afirma que ele não é cirurgião e que sua especialização profissional é ginecologia. Fontes também afirmaram que Wilson aparentava estar "desorientado" em partes do depoimento. A informação de que ele sofreu um AVC também foi confirmada pela 20ª DP.

"De manhã já havia comunicado que ele não se encontra em condições psicológicas, falando coisas repetidas. Mas pra mostrar nossa boa vontade nós o trouxemos", afirmou o advogado.

Segundo ele, o médico estava bem no dia do procedimento. A polícia confirma que ele teve momentos de lucidez e de confusão mental.

"Ele só falou que não lembra de ter ocorrido nenhum evento problemático na cirurgia dele. Ele estava em plena capacidade profissional quando teve o evento", disse o defensor.

Médico do caso da MC Atrevida presta depoimento nesta segunda-feira (3)

Médico do caso da MC Atrevida presta depoimento nesta segunda-feira (3)

Morte após procedimento

MC Atrevida morreu no último dia 27 após realizar hidro lipoaspiração e enxerto nos glúteos na clínica Rainha das Plásticas, na Zona Norte do Rio.

A polícia investiga se a morte ocorreu devido ao procedimento. Segundo o delegado titular da unidade, André Neves, a investigação deve ser concluída até o fim de semana.

"O médico alega que já fez mais de 4,6 mil cirurgias plásticas. Narrou ter vasta experiência e cursos internacionais. Foi uma resposta contrária da associação nacional de cirurgia plástica, então estamos aguardando a documentação oficial", disse o delegado.

Médico que fez procedimento em MC atrevida chega para depor — Foto: Gabriel Barreira/G1

Dona da clínica disse estar 'consternada'

Na semana passada, a dona da clínica Wania Tavares falou por três horas à polícia e se disse "consternada" com a morte da MC.

Um dia antes, o G1 mostrou que, no Cadastro Nacional de Pessoa Jurícia, o alvará do estabelecimento não apresenta permissão para cirurgias estéticas. Wania negou.

“Tá tudo certinho. Estavam falando que eu não tenho documento, eu tenho alvará, Vigilância Sanitária provando que está habilitada a funcionar”, alegou ela, dizendo-se abalada com a morte da MC Atrevida.

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