A atividade do setor de serviços continuou a se retrair em julho no Brasil, mas a um ritmo menor que em junho, segundo a IHS Markit.
O Índice Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) marcou 42,5, acima do valor de 35,9 observado em junho. Abaixo de 50, o índice aponta retração da atividade. O PMI agrega dados de emprego, preços, novos negócios e expectativas a partir questionários enviados a um painel de cerca de 400 empresas brasileiras do setor.
Segundo a Markit, os indicadores de novos negócios e de atividade corrente caíram acentuadamente, levando as empresas a reduzir novamente o número de funcionários ao longo do mês passado. A lucratividade caiu na medida em que as empresas reduziram os preços cobrados e viram as despesas operacionais crescer acentuadamente.
“A pandemia de covid-19 foi novamente o fator crucial pesando sobre a atividade, com algumas empresas relatando que suas unidades permaneceram fechadas e que a demanda continuou a ser negativamente afetada”, diz o relatório da Markit sobre o Brasil.
A despeito disso, as expectativas melhoraram em julho, embora seu nível tenha permanecido abaixo da tendência de longo prazo.
A Markit também informou que o PMI Composto do setor privado brasileiro continuou em terreno negativo, embora tenha aumentado de 40,5 para 47,3, de junho para julho. Isso se deve ao indicador do setor de serviços, já que o PMI da indústria atingiu 58,2 em julho, maior nível da série, que foi iniciada em fevereiro de 2006.
“[Julho] Foi mais um mês de atividade decepcionante no setor de serviços, especialmente se comparado com o desempenho recorde no setor industrial. O distanciamento social e a hesitação generalizada da população em se comprometer com despesas pesaram fortemente sobre o desempenho do setor no início do terceiro trimestre”, afirmou Paul Smith, diretor de Economia da IHS Markit, em nota.
Este conteúdo foi publicado originalmente no Valor PRO, serviço de informações em tempo real do Valor.