Coronavírus

Por G1


Trabalhadores da saúde com roupas de proteção em área residencial de Mumbai, na Índia, durante a pandemia do novo coronavírus (COVID-19) — Foto: Rafiq Maqbool/AP

Uma pesquisa publicada nesta segunda-feira (27) sugere que uma "proteção respiratória rigorosa" é recomendada em ambientes fechados para evitar contaminação por Covid-19, mesmo que se esteja junto de pessoas sem sintomas da doença. A recomendação vale principalmente se o lugar for pequeno e pouco ventilado.

O estudo chegou à conclusão ao fazer uma simulação matemática combinando o tamanho das gotículas expelidas pelas pessoas ao tossir ou respirar e dados sobre a concentração viral do Sars-CoV-2, explicada em estudos anteriores.

Depois, estudaram o que ocorreria em um ambiente de 50m³, tamanho equivalente a um pequeno escritório ou sala de exames, a depender do nível de ventilação do local.

Os resultados foram publicados pelo "Journal of the American Medical Association", conhecido como "Jama".

"Os resultados de nossa modelagem matemática sugerem que a carga viral no ar pode atingir concentrações críticas em salas pequenas e com pouca ventilação", explicaram os cientistas, do Centro Suíço de Saúde Ocupacional e Ambiental e do Hospital Universitário Psiquiátrico da Universidade de Zurique, também na Suíça.

Isso acontece "principalmente quando o indivíduo é um superespalhador, definido como uma pessoa que emite um grande número de microgotículas contendo uma carga viral alta", disseram.

(Os chamados "superespalhadores" não são, necessariamente, as pessoas com os sintomas mais fortes da doença. Há estudos que apontam justamente o contrário).

Os pesquisadores lembraram, ainda, que os "superespalhadores" não são comuns – e que apenas poucas pessoas, com uma grande carga viral, trazem risco de infecção em locais fechados e pouco ventilados.

"Ainda assim, uma proteção respiratória rigorosa é recomendada quando houver a chance de se estar em um mesmo ambiente que esse indivíduo, principalmente se eles estiverem tossindo e se se estiver no ambiente por período prolongado", alertaram.

Já o risco de infecção por uma pessoa com a carga viral típica foi considerado baixo se ela estivesse respirando normalmente.

Ambientes de trabalho

22 de junho - Movimento de pedestres na região central de Florianópolis (SC), nesta segunda-feira (22) — Foto: Antônio Carlos Mafalda/Estadão Conteúdo

Em uma pessoa com alta carga viral do Sars-CoV-2, a respiração e a tosse soltaram altas concentrações do vírus – de milhares até milhões de cópias virais por metro cúbico. Essa emissão dependeu da ventilação do ambiente e do processo de formação das microgotículas.

"Se essa pessoa está envolvida em atividades como falar alto ou cantar, a formação de micropartículas e as emissões virais podem aumentar. Isso pode ajudar a explicar eventos de superespalhamento em situações de aglomeração envolvendo vozes altas", consideram os cientistas.

Além disso, os pesquisadores recomendaram que salas de trabalho pequenas não fossem compartilhadas com pessoas com a Covid-19, mesmo que elas não tivessem sintomas.

"Isso implica que os locais de trabalho não devem ser compartilhados enquanto não houver testes rápidos para diferenciar indivíduos sem Covid-19 e indivíduos assintomáticos com Covid-19", recomendaram os autores.

Os pesquisadores acrescentaram, ainda, que equipes médicas devem usar a melhor proteção respiratória possível sempre que estiverem na mesma sala que um paciente com Covid, especialmente quando ele estiver tossindo; neste caso, também é recomendável proteger os olhos.

Além disso, todo paciente, mesmo assintomático, deve usar uma máscara cirúrgica bem ajustada para reduzir as emissões de gotículas, o que aumentaria a proteção geral para a equipe médica, afirmaram os cientistas.

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