Por Jornal Nacional


Campanha doa botijões e gás para famílias pobres

Campanha doa botijões e gás para famílias pobres

A pandemia colocou milhares de famílias brasileiras na dependência de doações para se alimentar – e não só das doações de comida. Em Salvador, a Central Única das Favelas levou outro tipo de ajuda a mil famílias.

Pelo corpo, marcas de queimaduras. Acidentes frequentes na vida de dona Vera que, por falta de dinheiro, usa álcool na hora de cozinhar a comida.

Dona Vera não é exceção. Na Bahia, uma pesquisa do IBGE aponta que um em cada cinco domicílios no estado troca o gás por outros combustíveis para cozinhar, como carvão ou lenha, por exemplo.

“Um litro de álcool eu compro por R$ 5. Dá para eu cozinhar uma semana, 15 dias. Eu boto aos pouquinho e vou esquentando, cozinho arroz, macarrão”, contou Vera Lúcia dos Santos, cozinheira.

Só nos últimos 18 meses foram 19 reajustes no preço do gás de cozinha. O último deles na segunda-feira (14), um aumento de 5,9%. Agora, comprar um botijão significa ter que desembolsar entre R$ 90 e R$ 100.

“Uma família que ganha um salário mínimo, por exemplo, significa um gasto de 9,09% da sua renda total, muito sacrifício. Ainda que consideremos que um botijão possa durar ali dois meses, no mês que a família precisar comprar, vai ser menos dinheiro, quase 10% a menos para comprar alimentos, que já estão com os preços altos”, explicou o economista Antônio Carvalho.

E foi pensando em ajudar famílias de comunidades pobres de Salvador, que a Cufa, a Central Única das Favelas, promoveu uma ação para distribuir gás de graça. Em dois dias, mil botijões.

“Eu só tenho a agradecer primeiramente a Deus e essa pessoa que Deus iluminou o coração para fazer essa doação para a gente”, ressaltou Elenilce Santos da Cruz, cozinheira.

“Garantir o gás de cozinha é também garantir uma forma de alimento. Garantir a forma que esse alimento deve chegar na mesa dessa família”, afirma Joelson Batista, coordenador de comunicação da Cufa.

Dona Maria Célia sabe bem o que isso. Já ganhou doações de comida, mas não teve como cozinhar. Estava usando o carvão para preparar o alimento, mas a ação da Cufa garantiu pelo menos mais dois meses com botijão dentro de casa.

“É uma esperança de tudo, esperança de vida, esperança na cozinha, esperança de sobrevivência porque isso chama-se sobrevivência”, enfatizou Maria Célia.

Veja também

Mais lidas

Mais do G1
Deseja receber as notícias mais importantes em tempo real? Ative as notificações do G1!